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Leonardo Meirelles será ouvido hoje em processo contra Cunha

Meirelles foi escolhido por ter afirmado durante investigação da Operação Lava Jato que tem como comprovar transferências para contas do peemedebista

Eduardo Cunha: Meirelles foi escolhido por ter afirmado durante investigação da Operação Lava Jato que tem como comprovar transferências para contas do peemedebista (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2016 às 11h01.

Brasília - Fracassadas as tentativas da defesa do presidente da Câmara , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de tentar anular o depoimento de Leonardo Meirelles, proprietário do Laboratório Labogen, no Conselho de Ética, o empresário será hoje (7) a primeira testemunha a falar sobre o processo que pede a cassação do mandato de Cunha.

Meirelles foi escolhido pelo relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), por ter afirmado à Justiça do Paraná durante investigação da Operação Lava Jato que tem como comprovar transferências para contas do peemedebista.

O depoimento, agendado para as 9h30, ainda não começou. Alidados de Cunha se revezam neste momento em discursos questionando a convocação do empresário e a possibilidade de Meirelles acrescentar informações ao processo.

Cunha é alvo de uma representação que o acusa de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em março do ano passado, quando negou ter contas no exterior.

Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a ele naquele país. Ele nega ser dono das contas e afirma ser apenas o “usufrutuário” dos ativos.

Sem resposta ao pedido que encaminhou a presidência do Conselho, o advogado Marcelo Nobre que pediu, na noite de terça-feira (5), a impugnação de todas as testemunhas indicadas pelo relator e o pedido de anulação do depoimento de hoje, Nobre recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje (7), a Corte negou o pedido de liminar dando prosseguimento aos trabalhos do colegiado.

Marcelo Nobre alega suspeição de todas as testemunhas por quererem sustentar teses já relatadas nas delações premiadas e afirma que elas não têm relação direta com o objeto de investigação do conselho e não teriam o que acrescentar nas investigações legislativas.

“Estamos respaldados pelo Regimento da Casa e, agora, também pelo Supremo”, afirmou o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA). Araújo chegou a relacionar, ontem, alguns fatos que contradizem os argumentos, como a garantia dada por Meirelles de que teria transferido dinheiro para contas de Cunha no exterior. Claramente indignado com o pedido que foi encaminhado a ele e não ao relator, como prevê o Regimento, Araújo ainda acusou a defesa de “clara tentativa de deslocar a competência”.

Recursos próprios

Leonardo Meirelles e o seu advogado estão em Brasília por conta própria. Araújo lamentou que, pela primeira vez, a presidência da Câmara tenha ignorado um pedido para custear a logística para que uma testemunha compareça ao conselho.

“Até hoje a presidência não respondeu o pedido que fiz no dia 31 para custear a passagem do senhor Leonardo. O fato é que é um caso inédito. Sou presidente deste conselho pela terceira vez e nunca pedi logística para trazer testemunha e não fui atendido”, disse.

José Carlos Araújo explicou que a testemunha está pagando todos os gastos com hospedagem, alimentação e passagem e afirmou que pedirá o ressarcimento dos gastos.

A representação contra Cunha foi apresentada pelo PSOL e pela Rede, e acatada pelo conselho, por 11 votos a 10, no dia 2 de março.

No último dia de prazo regimental, dia 21, Cunha apresentou sua defesa em mais de 60 páginas e cinco anexos, contendo notas taquigráficas e documentos.

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Meirelles foi escolhido pelo relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), por ter afirmado à Justiça do Paraná durante investigação da Operação Lava Jato que tem como comprovar transferências para contas do peemedebista.

O depoimento, agendado para as 9h30, ainda não começou. Alidados de Cunha se revezam neste momento em discursos questionando a convocação do empresário e a possibilidade de Meirelles acrescentar informações ao processo.

Cunha é alvo de uma representação que o acusa de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em março do ano passado, quando negou ter contas no exterior.

Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a ele naquele país. Ele nega ser dono das contas e afirma ser apenas o “usufrutuário” dos ativos.

Sem resposta ao pedido que encaminhou a presidência do Conselho, o advogado Marcelo Nobre que pediu, na noite de terça-feira (5), a impugnação de todas as testemunhas indicadas pelo relator e o pedido de anulação do depoimento de hoje, Nobre recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje (7), a Corte negou o pedido de liminar dando prosseguimento aos trabalhos do colegiado.

Marcelo Nobre alega suspeição de todas as testemunhas por quererem sustentar teses já relatadas nas delações premiadas e afirma que elas não têm relação direta com o objeto de investigação do conselho e não teriam o que acrescentar nas investigações legislativas.

“Estamos respaldados pelo Regimento da Casa e, agora, também pelo Supremo”, afirmou o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA). Araújo chegou a relacionar, ontem, alguns fatos que contradizem os argumentos, como a garantia dada por Meirelles de que teria transferido dinheiro para contas de Cunha no exterior. Claramente indignado com o pedido que foi encaminhado a ele e não ao relator, como prevê o Regimento, Araújo ainda acusou a defesa de “clara tentativa de deslocar a competência”.

Recursos próprios

Leonardo Meirelles e o seu advogado estão em Brasília por conta própria. Araújo lamentou que, pela primeira vez, a presidência da Câmara tenha ignorado um pedido para custear a logística para que uma testemunha compareça ao conselho.

“Até hoje a presidência não respondeu o pedido que fiz no dia 31 para custear a passagem do senhor Leonardo. O fato é que é um caso inédito. Sou presidente deste conselho pela terceira vez e nunca pedi logística para trazer testemunha e não fui atendido”, disse.

José Carlos Araújo explicou que a testemunha está pagando todos os gastos com hospedagem, alimentação e passagem e afirmou que pedirá o ressarcimento dos gastos.

A representação contra Cunha foi apresentada pelo PSOL e pela Rede, e acatada pelo conselho, por 11 votos a 10, no dia 2 de março.

No último dia de prazo regimental, dia 21, Cunha apresentou sua defesa em mais de 60 páginas e cinco anexos, contendo notas taquigráficas e documentos.

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