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Lava Jato tinha normas de campeonato, diz delator

A revelação foi feita pelo executivo Augusto Ribeiro de Mendonça, da Toyo Setal, em depoimento à Polícia Federal

Lava Jato: empreiteiras se reuniam regularmente para escolher com qual obra da Petrobras cada uma ficaria, diz delator (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 15h20.

Brasília - Para ratear as obras da Petrobras , o cartel de empreiteiras investigado na Operação Lava Jato elaborou um regulamento semelhante às normas de um "campeonato de futebol".

A revelação foi feita pelo executivo Augusto Ribeiro de Mendonça, da Toyo Setal, em depoimento à Polícia Federal.

Segundo ele, as normas do "clube" de empreiteiras chegaram a ser escritas e eram de conhecimento das empresas participantes.

Porém, os registros foram destruídos após a Operação Lava Jato ser deflagrada, em março, devido ao risco de ser apreendidos e usados como prova pelos investigadores.

"Em algum momento, alguém escreveu essas regras, como se fossem (de) um campeonato de futebol, para evitar discussões entre as empresas do clube", afirmou, acrescentando que os autores do regulamento eram, possivelmente, os dois "coordenadores" do cartel: Ricardo Pessoa e Antônio Carlos, da UTC.

O executivo - que aceitou fazer delação premiada, em troca de redução de pena - descreveu as regras.

Aos investigadores, disse que as empreiteiras se reuniam regularmente para escolher com qual obra da Petrobras cada uma ficaria.

As empresas davam notas para os projetos, de 1 a 3, conforme suas prioridades. A partir daí, discutiam os preços a ser apresentados nas licitações.

As vencedoras eram previamente definidas. As demais participantes das concorrência entravam como figurantes.

O regulamento do cartel previa formas para solucionar conflitos, em caso de disputa acirrada por uma mesma obra.

As empreiteiras, segundo Mendonça, eram chamadas de "equipes", como nos jogos de futebol, e participavam de "rodadas" para definir as executoras dos projetos da estatal.

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A revelação foi feita pelo executivo Augusto Ribeiro de Mendonça, da Toyo Setal, em depoimento à Polícia Federal.

Segundo ele, as normas do "clube" de empreiteiras chegaram a ser escritas e eram de conhecimento das empresas participantes.

Porém, os registros foram destruídos após a Operação Lava Jato ser deflagrada, em março, devido ao risco de ser apreendidos e usados como prova pelos investigadores.

"Em algum momento, alguém escreveu essas regras, como se fossem (de) um campeonato de futebol, para evitar discussões entre as empresas do clube", afirmou, acrescentando que os autores do regulamento eram, possivelmente, os dois "coordenadores" do cartel: Ricardo Pessoa e Antônio Carlos, da UTC.

O executivo - que aceitou fazer delação premiada, em troca de redução de pena - descreveu as regras.

Aos investigadores, disse que as empreiteiras se reuniam regularmente para escolher com qual obra da Petrobras cada uma ficaria.

As empresas davam notas para os projetos, de 1 a 3, conforme suas prioridades. A partir daí, discutiam os preços a ser apresentados nas licitações.

As vencedoras eram previamente definidas. As demais participantes das concorrência entravam como figurantes.

O regulamento do cartel previa formas para solucionar conflitos, em caso de disputa acirrada por uma mesma obra.

As empreiteiras, segundo Mendonça, eram chamadas de "equipes", como nos jogos de futebol, e participavam de "rodadas" para definir as executoras dos projetos da estatal.

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