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Lava Jato: Pezão diz que já foi "julgado e condenado"

Pezão, Sérgio Cabral e o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, teriam recebido R$ 30 milhões de empresas contratadas pela Petrobras para obra do Comperj


	No inquérito, a Procuradoria pediu documentos, vídeos e registros de entradas e saídas do hotel Caesar Park, no Rio, onde teria ocorrido a reunião para combinar a arrecadação de fundos para a campanha da reeleição ao governo fluminense
 (Tânia Rêgo/ABr)

No inquérito, a Procuradoria pediu documentos, vídeos e registros de entradas e saídas do hotel Caesar Park, no Rio, onde teria ocorrido a reunião para combinar a arrecadação de fundos para a campanha da reeleição ao governo fluminense (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2015 às 15h31.

Rio de Janeiro - O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou nesta sexta-feira, 13, já ter sido "julgado e condenado" em razão das acusações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, em sua delação premiada nas investigações sobre corrupção na estatal.

"Estou sendo acusado de ter participado de uma reunião que nunca ocorreu. É uma denúncia política", disse Pezão. 

O depoimento de Paulo Roberto Costa, delator da Operação Lava Jato, serviu de base para a abertura de inquérito por parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nessa quinta-feira, 12. Além de Pezão, a investigação vai atingir o ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB).

De acordo com o delator, em 2010 Pezão, então vice-governador, e o então governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, participaram com ele de uma reunião para combinar a arrecadação de fundos para a campanha da reeleição ao governo fluminense. Cabral e Régis também negam as acusações.

Segundo a Procuradoria, Cabral e Pezão agiram juntos, com colaboração do ex-secretário, para receber R$ 30 milhões em 2010 de empresas contratadas pela Petrobrás para a construção do Comperj. No entendimento da Procuradoria, o recebimento da propina foi feito por meio do ex-diretor.

O ministro do STJ aceitou também pedidos da procuradora para efetuar diligências, a fim de aprimorar a investigação dos fatos narrados pelos delatores da Lava Jato.

No inquérito para apurar o envolvimento de Cabral, Pezão e Fichtner, a Procuradoria pediu que sejam coletados documentos, vídeos e registros de entradas e saídas do hotel Caesar Park em Ipanema, zona sul do Rio, onde teria ocorrido a reunião em 2010.

Nesta sexta, Pezão reclamou que só agora terá direito de defesa. "Tenho 32 anos de carreira pública e lamento muito ter de passar por esse tipo de exposição. Já fui julgado e condenado e só agora vão me dar o direito de defesa", afirmou.

O governador disse que já tornou públicas as declarações de bens e de renda, no começo do ano. "Tenho certeza de que a verdade vai aparecer. Confio na Justiça", afirmou Pezão, ressaltando não ter sido oficialmente notificado pela Justiça.

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