Laudo diz que dançarino foi atingido por bala
O dançarino foi encontrado em uma creche no alto do morro Pavão-Pavãozinho na tarde dessa terça-feira, 22
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2014 às 16h20.
Rio - O laudo do exame de delito de necropsia do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, constatou que um objeto "compatível com projétil de arma de fogo" entrou e saiu do corpo do rapaz, que teve o pulmão perfurado.
Ele foi encontrado em uma creche no alto do morro Pavão-Pavãozinho na tarde dessa terça-feira, 22. Na véspera, houve tiroteio na comunidade. O documento foi divulgado pelo Jornal Hoje, da TV Globo.
De acordo com o laudo, havia "uma ferida com orla de escoriação e zona de enxugo, compatível com ferimento de entrada de projétil de arma de fogo" e "uma ferida com bordos irregulares e evertidos, compatível com ferimento de saída de projétil de arma de fogo" no corpo.
DG teria sido atingido nas costas, na região lombar, e o tiro saiu pelo ombro do rapaz.
O disparo, feito de baixo para cima, pode ter sido deflagrado quando o dançarino tentava pular uma laje durante o confronto entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora e traficantes.
Após uma queda de cerca de 10 metros, ele ainda teria tentado se levantar, mas não resistiu aos ferimentos.
Tortura
Após depor por cerca de duas horas, a auxiliar de enfermagem Maria de Fátima da Silva, de 56 anos, mãe do dançarino, disse que o protesto que terminou em confusão nessa terça-feira, 22, no morro Pavão-Pavãozinho e nas ruas do bairro de Copacabana, na zona sul do Rio, ocorreu porque os moradores da comunidade quiseram evitar que o corpo de Douglas fosse retirado do local e a cena do crime, desfeita.
Ela disse que moradores da favela teriam visto e filmado os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) torturando seu filho.
"Peço aos moradores que tomem coragem e compareçam à delegacia para falarem o que sabem. Peço que tenham a mesma coragem que tiveram quando não deixaram os policiais esconderem o corpo e transformarem meu filho em mais um Amarildo".
Maria de Fátima disse ainda que havia duas cápsulas junto com os documentos do filho na delegacia. Ela questionou o motivo e recebeu a justificativa de que as cápsulas estavam perto do corpo do jovem. A mãe de Douglas foi ouvida nesta quarta-feira, 23, pelo delegado Gilberto Ribeiro, titular da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema) e também por um oficial da Corregedoria da Polícia Militar.
Por determinação do coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, a PM também instaurou procedimento apuratório.
Mais cedo, Caldas afirmou que ainda não é possível estabelecer qualquer ligação entre o tiroteio ocorrido entre os PMs da UPP e os traficantes na madrugada de terça e o posterior encontro do cadáver de DG, ocorrido por volta das 10h do mesmo dia.
"Os relatos dos policiais (que participaram do tiroteio) não indicam qualquer perseguição ou abordagem no local da troca de tiros. Eles foram até lá checar uma informação passada pelo Disque-Denúncia de que haveria marginais, mas foram recebidos com muitos tiros e decidiram recuar. Eles sequer conseguiram chegar ao local indicado na indicado na denúncia".
Segundo Caldas, pelo menos oito policiais estavam na guarnição que participou do confronto.
Rio - O laudo do exame de delito de necropsia do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, constatou que um objeto "compatível com projétil de arma de fogo" entrou e saiu do corpo do rapaz, que teve o pulmão perfurado.
Ele foi encontrado em uma creche no alto do morro Pavão-Pavãozinho na tarde dessa terça-feira, 22. Na véspera, houve tiroteio na comunidade. O documento foi divulgado pelo Jornal Hoje, da TV Globo.
De acordo com o laudo, havia "uma ferida com orla de escoriação e zona de enxugo, compatível com ferimento de entrada de projétil de arma de fogo" e "uma ferida com bordos irregulares e evertidos, compatível com ferimento de saída de projétil de arma de fogo" no corpo.
DG teria sido atingido nas costas, na região lombar, e o tiro saiu pelo ombro do rapaz.
O disparo, feito de baixo para cima, pode ter sido deflagrado quando o dançarino tentava pular uma laje durante o confronto entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora e traficantes.
Após uma queda de cerca de 10 metros, ele ainda teria tentado se levantar, mas não resistiu aos ferimentos.
Tortura
Após depor por cerca de duas horas, a auxiliar de enfermagem Maria de Fátima da Silva, de 56 anos, mãe do dançarino, disse que o protesto que terminou em confusão nessa terça-feira, 22, no morro Pavão-Pavãozinho e nas ruas do bairro de Copacabana, na zona sul do Rio, ocorreu porque os moradores da comunidade quiseram evitar que o corpo de Douglas fosse retirado do local e a cena do crime, desfeita.
Ela disse que moradores da favela teriam visto e filmado os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) torturando seu filho.
"Peço aos moradores que tomem coragem e compareçam à delegacia para falarem o que sabem. Peço que tenham a mesma coragem que tiveram quando não deixaram os policiais esconderem o corpo e transformarem meu filho em mais um Amarildo".
Maria de Fátima disse ainda que havia duas cápsulas junto com os documentos do filho na delegacia. Ela questionou o motivo e recebeu a justificativa de que as cápsulas estavam perto do corpo do jovem. A mãe de Douglas foi ouvida nesta quarta-feira, 23, pelo delegado Gilberto Ribeiro, titular da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema) e também por um oficial da Corregedoria da Polícia Militar.
Por determinação do coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, a PM também instaurou procedimento apuratório.
Mais cedo, Caldas afirmou que ainda não é possível estabelecer qualquer ligação entre o tiroteio ocorrido entre os PMs da UPP e os traficantes na madrugada de terça e o posterior encontro do cadáver de DG, ocorrido por volta das 10h do mesmo dia.
"Os relatos dos policiais (que participaram do tiroteio) não indicam qualquer perseguição ou abordagem no local da troca de tiros. Eles foram até lá checar uma informação passada pelo Disque-Denúncia de que haveria marginais, mas foram recebidos com muitos tiros e decidiram recuar. Eles sequer conseguiram chegar ao local indicado na indicado na denúncia".
Segundo Caldas, pelo menos oito policiais estavam na guarnição que participou do confronto.