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Lama de barragens rompidas atinge cidade a 60 km de Mariana

O prefeito Fernando Carneiro informou que o município está completamente inundado e que pelo menos três povoados estão isolados


	Casa soterrada por lama após barragem romper: cerca de 50 casas localizadas na parte mais baixa da cidade foram danificadas depois que o Rio Gualaxo do Sul transbordou
 (Ricardo Moraes / Reuters)

Casa soterrada por lama após barragem romper: cerca de 50 casas localizadas na parte mais baixa da cidade foram danificadas depois que o Rio Gualaxo do Sul transbordou (Ricardo Moraes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 11h06.

A lama e a sujeira liberadas após o rompimento de duas barragens em Mariana (MG) atingiram a cidade de Barra Longa, distante 60 quilômetros do local da tragédia.

Em entrevista à Agência Brasil, o prefeito Fernando Carneiro informou que o município está completamente inundado e que pelo menos três povoados estão isolados.

Segundo ele, cerca de 50 casas localizadas na parte mais baixa da cidade foram danificadas depois que o Rio Gualaxo do Sul transbordou. Na zona rural, uma residência foi completamente destruída.

“A pessoa saiu de lá só com a roupa do corpo”, contou Fernando Carneiro. “Estamos sem acesso a três povoados porque perdemos três pontes e só se chega de helicóptero agora.”

Ainda de acordo com o prefeito, os moradores não esperavam que os estragos pudessem chegar até Barra Longa e foram surpreendidos pelo aumento repentino no nível do rio.

“A última enchente que tivemos foi em 1979. Neste momento, não estava nem chovendo por aqui. Graças a Deus, parece que não tivemos vítimas”, disse.

Também por telefone, o comerciante Flávio Pereira, 65 anos, contou que a casa onde mora, na praça principal de Barra Longa, foi tomada pela lama e pela sujeira que desceram pelo rio.

“Perdi todos os meus móveis. Quarto, copa, sala, tudo foi tomado por um barro vermelho, pedaços de madeira, bambuzal. Arrancou até porta de armário.”

A mulher e a filha de Flávio deixaram a casa apenas com a roupa do corpo. A família, segundo ele, perdeu também sua principal fonte de renda – materiais para artesanato.

“Perdemos tudo. Foi um prejuízo total, já que a cidade é muito pequena”, contou. “Não avisaram ninguém. Se tivessem avisado, eu tinha retirado meus bens. E dava tempo de terem avisado porque a lama chegou aqui de madrugada. Dava tempo de todo mundo sair.”

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