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Kassab se reúne com Lula e reafirma candidatura do PSD

Dirigentes petistas trabalham para ampliar a chapa do ex-presidente e ter os social-democratas como representantes do centro na coligação

O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab durante a solenidade de entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab durante a solenidade de entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 08h52.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 09h09.

Dentro da estratégia de tentar ampliar o arco de alianças em torno de sua candidatura à Presidência da República, o petista Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu novamente anteontem com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Dirigentes do PT também participaram da conversa, realizada em São Paulo.

Os petistas já revelaram publicamente o desejo de contar com o PSD como aliado na disputa. Kassab, porém, tem insistindo no discurso de que o PSD terá candidatura própria. Segundo o dirigente, a opção número um ainda é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Caso Pacheco desista de concorrer, o PSD estuda outros nomes, como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido). Kassab esteve com Leite três vezes desde dezembro. Em conversas reservadas, o governador gaúcho não descarta a hipótese de mudar de legenda para concorrer ao Palácio do Planalto, depois de ter perdido as prévias tucanas para o paulista João Doria em novembro do ano passado.

A conversa de anteontem com Lula serviu, de acordo com relatos de presentes, para manter o canal de diálogo aberto, visando uma eventual união no futuro, seja no primeiro ou no segundo turno. Kassab já havia se encontrado com o petista em outubro do ano passado, em Brasília. Na ocasião, o presidente do PSD deixou claro seu plano de ter candidato próprio na corrida presidencial.

Lula está próximo de formar um arco de alianças com partidos de esquerda, como PSB, PCdoB, PV e PSOL. Com os três primeiros, existe a hipótese, inclusive, de formação de uma federação. A entrada do PSD ampliaria a candidatura de Lula para o centro.

Uma das hipóteses em discussão entre os caciques petistas era que o PSD abrigasse o ex-governador Geraldo Alckmin, que no fim do ano passado se desfiliou do PSDB, após 33 anos. Alckmin está em negociações avançadas para ser o vice de Lula. Kassab, porém, descarta a possibilidade de filiar o ex-tucano. E Alckmin, por sua vez, tem como primeira opção de partido o PSB, que já o convidou formalmente para ingressar na sigla. A definição tem que ocorrer até 2 de abril, data limite para filiação partidária para os candidatos que pretendem concorrer na eleição deste ano.

O PSD vive profundas divisões regionais, com grupos mais próximos de Lula e também do presidente Jair Bolsonaro. Assim, a candidatura própria acaba sendo uma forma de evitar conflitos internos. Kassab dá como certo que num eventual segundo turno com o atual presidente, a maioria do partido se inclinaria por um apoio ao petista.

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