Justiça foi usada para simular concorrência em cartel
E-mails de um executivo da Siemens descrevem como fazer uma "cena" para aparentar que houve concorrência entre as empresas que deviam disputar contratos metroferroviários
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 11h50.
São Paulo - Recursos na Justiça foram usados pelas empresas suspeitas de compor o cartel do trem para simular a existência de concorrência em licitações públicas em São Paulo.
O expediente foi detalhado em um dos e-mails de um executivo da Siemens e é descrito como fazer uma "cena" para aparentar que houve concorrência entre as empresas que deviam disputar contratos metroferroviários no País.
O uso da Justiça para simular a concorrência consta do documento Histórico de Conduta, assinado por Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo, superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.
Isso teria ocorrido, por exemplo, durante a licitação para a manutenção dos trens S3000, ocorrida entre os anos de 2001 e 2002, cujo valor atualizado foi de R$ 55 milhões.
Após uma reunião do cartel, um diretor da Siemens enviou um e-mail para funcionários sobre o projeto de manutenção dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), deixando claro que tudo estava acertado entre as empresas.
A Siemens seria a vencedora do contrato. A empresa francesa Alstom recorreria da decisão, mas "tal recurso seria apenas uma cena, ou seja, o recurso seria apenas para apresentar que houve competição entre as empresas".
Os executivos da Siemens discutem ainda a desistência de ações na Justiça em troca da divisão das obras. Assim, empresas excluídas do cartel que recorriam à Justiça, paralisando a licitação, foram abordadas com a proposta de serem subcontratadas em troca da desistência da ação judicial.
Isso teria ocorrido no caso do metrô do Distrito Federal, com o qual a Siemens e outras empresas assinaram contrato de manutenção em maio de 2007, cujo valor atualizado é de R$ 103 milhões.
São Paulo - Recursos na Justiça foram usados pelas empresas suspeitas de compor o cartel do trem para simular a existência de concorrência em licitações públicas em São Paulo.
O expediente foi detalhado em um dos e-mails de um executivo da Siemens e é descrito como fazer uma "cena" para aparentar que houve concorrência entre as empresas que deviam disputar contratos metroferroviários no País.
O uso da Justiça para simular a concorrência consta do documento Histórico de Conduta, assinado por Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo, superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.
Isso teria ocorrido, por exemplo, durante a licitação para a manutenção dos trens S3000, ocorrida entre os anos de 2001 e 2002, cujo valor atualizado foi de R$ 55 milhões.
Após uma reunião do cartel, um diretor da Siemens enviou um e-mail para funcionários sobre o projeto de manutenção dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), deixando claro que tudo estava acertado entre as empresas.
A Siemens seria a vencedora do contrato. A empresa francesa Alstom recorreria da decisão, mas "tal recurso seria apenas uma cena, ou seja, o recurso seria apenas para apresentar que houve competição entre as empresas".
Os executivos da Siemens discutem ainda a desistência de ações na Justiça em troca da divisão das obras. Assim, empresas excluídas do cartel que recorriam à Justiça, paralisando a licitação, foram abordadas com a proposta de serem subcontratadas em troca da desistência da ação judicial.
Isso teria ocorrido no caso do metrô do Distrito Federal, com o qual a Siemens e outras empresas assinaram contrato de manutenção em maio de 2007, cujo valor atualizado é de R$ 103 milhões.