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Justiça Federal começa a ouvir testemunhas da Operação Saqueador

Foram ouvidos como testemunha de acusação o delegado da Polícia Federal Tácio Muzzi e o perito da PF Sérgio Ricardo Perrone Poerner

Cavendish: na operação, Cavendish, que estava fora do Brasil, foi detido quando retornou ao país no dia 2 de julho de 2016 (Fabio Rodrigues/Agência Brasil)

Cavendish: na operação, Cavendish, que estava fora do Brasil, foi detido quando retornou ao país no dia 2 de julho de 2016 (Fabio Rodrigues/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 21h40.

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, da Justiça Federal no Rio de Janeiro começou a ouvir hoje (13), depoimentos de testemunhas de acusação do processo da Operação Saqueador, que investiga esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, no valor de R$ 370 milhões.

Foram ouvidos como testemunha de acusação o delegado da Polícia Federal Tácio Muzzi e o perito da PF Sérgio Ricardo Perrone Poerner.

Além dos principais acusados, o empresário dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish; e o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, foram denunciadas 21 pessoas, entre executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira e proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira e os empresários Adir Assad e Marcelo Abbud.

Todos foram presos, no dia 30 de junho de 2016, após o cumprimento de mandados no Rio de Janeiro, em Goiânia e em São Paulo, realizado pela Polícia Federal.

Cavendish, que estava fora do Brasil, foi detido quando retornou ao país no dia 2 de julho do mesmo ano.

Os quatro permaneceram no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio até o dia 10 de julho, quando receberam permissão para deixar a prisão, mesmo sem o uso de tornozeleiras, conforme tinha sido determinado pelo ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça, dois dias antes.

Na época, por causa da crise financeira do estado do Rio, a empresa que fornecia o equipamento suspendeu a entrega por falta de pagamentos.

Depoimentos

No depoimento de hoje, advogados de defesa dos acusados no processo fizeram uma série de perguntas ao delegado Tácio Muzzi, responsável pelo inquérito, que reafirmou, durante quase duas horas, que houve transferências de dinheiro para obras inexistentes e voltou a explicar como era o esquema desenvolvido pelo grupo para lavagem de dinheiro.

Em alguns momentos, Muzzi disse que não se lembrava de alguns fatos ou respondia que não sabia sobre o que estava sendo perguntado.

O perito Sérgio Poerner apenas confirmou que participou do inquérito e não recebeu perguntas, sendo logo dispensado. Carlinhos Cachoeira acompanhou os depoimentos no auditório do prédio da Justiça Federal, na Avenida Venezuela, na região portuária do Rio.

O juiz Bretas vai ouvir, ainda nesta semana, outras testemunhas de acusação. Para a audiência de amanhã, às 13 h está prevista a ida do ex-senador Delcídio do Amaral.

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