Governo vive dúvida sobre a posse da nova ministra do Trabalho
ÀS SETE - Deputada Cristiane Brasil tomaria posse nesta terça, mas a Justiça Federal fluminense suspendeu o ato por meio de liminar
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 06h45.
Última atualização em 9 de janeiro de 2018 às 07h20.
A terça-feira começa com uma grande dúvida para o governo, em nova queda de braço com a Justiça.
A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) tomaria posse como ministra do Trabalho , mas a Justiça Federal fluminense suspendeu o ato na noite de ontem, por meio de liminar, ao acatar uma ação popular contra a posse pelo fato de a deputada ter sido condenada em processos trabalhistas movidos por dois ex-motoristas. Brasil é filha do também ex-deputado federal e pivô do Mensalão Roberto Jefferson, que comanda o PTB no país.
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A Advocacia-Geral da União informou que vai recorrer da decisão e Temer afirmou que pretende realizar o evento de posse às 15h de hoje. O governo avalia que a suspensão é “frágil”.
A posse estava agendada para as 9h. Ontem, antes da decisão, Cristiane chegou a telefonar para o presidente Michel Temer (MDB) para confirmar se estava tudo certo com sua nomeação e tentar adiantar o ato da posse, na tentativa de se adiantar à decisão judicial. Temer confirmou a posse para a manhã de hoje.
O caso que levou à suspensão da posse veio a público após a nomeação da ministra. Os funcionários eram contratados sem carteira assinada e não recebiam direitos, como férias.
A filha de Roberto Jefferson fechou acordo em um dos casos, em que aceitou pagar 14.000 reais.
No outro, foi condenada a pagar pouco mais de 60.000. O juiz da causa entendeu que o motorista chegava a trabalhar 15 horas por dia, com uma de intervalo.
No final de semana, o jornal O Globo trouxe uma matéria que afirmava que nove das 10 parcelas para a quitação da dívida de 14.000 reais foram pagas por uma assessora de Brasil.
Em meio às polêmicas, a posse da filha, seria uma vitória de Jefferson, que ficou preso pouco mais de um ano por causa do Mensalão.
Ele é o principal cacique do PTB e ainda não decidiu se tentará a eleição para deputado federal em 2018. Juridicamente, existe dúvida se ele pode ou não ser candidato.
Justiça e política, cada vez mais, vêm se cruzando no Brasil. Em fevereiro 2017, o governo Temer recorreu ao Supremo Tribunal Federal para confirmar a nomeação de Moreira Franco na Secretaria-Geral da Presidência. Em 2018, o ano começou com nova polêmica judicial. O ano de eleições, com Lula na pauta, promete.