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Juscelino Filho diz que indiciamento é uma ação "política e previsível" e nega acusações

Ministro de Lula é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Juscelino Filho: ministro nega as acusações (Leandro Fonseca/Exame)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 12 de junho de 2024 às 13h52.

O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho (União),afirmou nesta quarta-feira, 12, que o indiciamento da Polícia Federal (PF) é uma ação política e previsível e negou todas as acusações.

Juscelino é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O indiciamento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal. O relator da ação é o ministro Flávio Dino, ex-colega de Juscelino na esplanada dos ministérios de Lula.

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"A investigação, que deveria ser um instrumento para descobrir a verdade, parece ter se desviado de seu propósito original. Em vez disso, concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos", disse o ministro em nota.

O ministro negou as acusaçõese e disse que "não já nada, absolutamente nada, que envolve minhaatuação no Ministério das Comunicações, pautada sempre pela transparência, pela ética e defesa do interesse público". Juscelino disse ainda que o inquérito revira fatos antigos e que não são da responsabilidade dele enquanto parlamentar.

"No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes", disse em nota.

Indiciamento

A decisão de indiciar o ministro acontece no ambito das investigações de um suposto esquema de desvios de emendas parlamentares via Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

O indiciamento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal. O relator da ação é o ministro Flávio Dino, ex-colega de Juscelino na esplanada dos ministérios de Lula.

As operações da PF sobre o caso visam desarticular uma suposta organização criminosa que promovia fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Codevasf. A emenda parlamentar investigada indicada por Juscelino foi de quando ele era deputado federal, antes de assumir o cargo de ministro.

Um desses desvios serviu para a para a pavimentação de ruas da cidade de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. A irmã de Juscelino, Luanna Rezende, é prefeito da região. Ela chegou a ser afastada do cargo no ano passado, mas retomou o mandato após decisão do Supremo Tribunal Federal.

O ministro prestou depoimento em maio à PF. Na época, ele defendeu a regualidade da destinação das emendas e criticou a investigação e o delegado do caso. Em setembro de 2023, o então relator da investigação, o Luís Roberto Barroso, determinou o bloqueio de R$ 835 mil do ministro.

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