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Juros dos financiamentos não subirão mais, diz Acrefi

Érico Ferreira acredita que medidas macroprudenciais já foram incorporadas nas taxas e que novas elevações na Selic não serão repassadas aos consumidores

Érico Ferreira, da Acrefi: "Tamanho do juro no Brasil tem tudo a ver com o Custo Brasil" (Divulgação/Acrefi)

Érico Ferreira, da Acrefi: "Tamanho do juro no Brasil tem tudo a ver com o Custo Brasil" (Divulgação/Acrefi)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 11h31.

São Paulo – Os juros cobrados dos consumidores, que sofreram forte impacto das medidas macroprudenciais do Banco Central neste início de ano, já estão no topo e não deverão subir mais.

A previsão é do presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Ferreira, que participou do programa “Momento da Economia” desta sexta-feira (25), na Rádio EXAME.

“Os juros já subiram o que tinham que subir. Não acredito que vai haver novas altas, apesar de que a Selic deve continuar em elevação ao longo de 2011. Fala-se em dois pontos percentuais, mas eu não acredito que as taxas ao consumidor vão acompanhar esse crescimento. Elas, na minha opinião, já estão estabilizadas”, diz Ferreira.

O presidente da Acrefi – entidade que representa os principais bancos e financeiras do país – acredita que o esfriamento do mercado de crédito é inevitável neste ano, mas ainda assim haverá um bom crescimento. “Depois das medidas macroprudenciais do Banco Central, as previsões são um pouco menos fortes em relação ao desempenho do ano passado e ao que estava sendo previsto até dezembro. O governo quis e conseguiu diminuir a oferta de crédito porque ele restringiu uma série de modalidades de financiamento. Então, eu acho que a perspectiva para esse ano é de um crescimento do tamanho equivalente à metade do ano passado, o que significa algo em torno de 10%.”

Érico Ferreira rebate às críticas de que os bancos e as financeiras são os culpados pelos juros elevados cobrados nos financiamentos. “O tamanho da taxa cobrada no Brasil tem tudo a ver com o Custo Brasil. As instituições financeiras pagam PIS e COFINS em cima da sua receita. Temos um sistema tributário perverso que amplia o custo final ao consumidor. (...) Você tem um tratamento jurídico pró-devedor. Há toda uma burocracia para você recuperar o crédito e isso penaliza o bom pagador.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o presidente da Acrefi avalia o início do governo Dilma e explica como será o novo sistema de certificação dos trabalhadores que atuam no mercado de crédito.

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