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Julgamento de policiais do Massacre de Carandiru recomeça

Nesta fase serão julgados os policiais que atuaram no segundo pavimento do Carandiru, e respondem por 15 acusações de homicídio qualificado


	Pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru, onde ocorreu o massacre: o maior massacre já ocorrido no sistema carcerário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos.
 (Antonio Milena / VEJA)

Pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru, onde ocorreu o massacre: o maior massacre já ocorrido no sistema carcerário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos. (Antonio Milena / VEJA)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo – Após ter sido adiado na segunda-feira (8) passada, o julgamento de 26 dos 79 policiais militares acusados pelas mortes de 111 detentos na Casa de Detenção do Carandiru teve início hoje (15) às 10h10, no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Foram sorteados sete jurados, sendo seis homens e uma mulher.

Durante os primeiros 40 minutos, eles lerão um histórico sobre a invasão policial, ocorrida em 1992, para deter a rebelião no presídio, que acabou resultando em um massacre.

Assim como na última semana, quando o júri foi suspenso porque uma das juradas passou mal, dois réus não irão comparecer. Nesse caso, eles são julgados à revelia, informou o Tribunal de Justiça de São Paulo. Devido ao grande número de réus envolvidos, o júri está sendo feito em etapas.

Nesse primeiro bloco, estava previsto o julgamento de 28 policiais, mas dois deles - Valter Ribeiro da Silva e Luciano Wukschitz Bonani - morreram.

Nesta fase serão julgados os policiais que atuaram no segundo pavimento do Carandiru. Eles respondem por 15 acusações de homicídio qualificado. A previsão é que o júri dure até dez dias.

Serão julgados a partir de hoje: Ronaldo Ribeiro dos Santos, Aércio Dornelas Santos, Wlandekis Antonio Candido Silva, Roberto Alberto da Silva, Antonio Luiz Aparecido Marangoni, Joel Cantilio Dias, Pedro Paulo de Oliveira marques, Gervásio Pereira dos Santos Filho, Marcos Antonio de Medeiros, Paulo Estevão de Melo, Haroldo Wilson de Mello, Roberto Yoshio Yoshikado, Fernando Trindade, Salvador Sarnelli, Elder Tarabori, Antonio Mauro Scarpa, Marcelo José de Lira, Roberto do Carmo Filho, Zaqueu Teixeira, Osvaldo Papa, Sidnei Serafim dos Anjos, Eduardo Espósito, Maurício Marchese Rodrigues, Marcos Ricardo Poloniato, Argemiro Cândido e Reinaldo Henrique de Oliveira.


Até o momento estão presentes cinco testemunhas de acusação. O primeiro a depor será o ex-detento Antônio Carlos Dias. Também sobrevivente ao massacre, Luiz Alexandre de Freitas deve ser o terceiro a depor. Hoje, o último a falar pela acusação será o autor do principal laudo sobre a morte dos presos, o perito Osvaldo Negrini Neto. Fernando Pereira da Silva é o promotor responsável pelo caso.

Pela defesa, somente uma testemunha compareceu até agora. Lélces André Pires de Moraes, que trabalhava no presídio na época, deve ser o último a depor. Entre as testemunhas indicadas pela advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os policiais militares, está o governador à época do episódio, Luiz Antônio Fleury Filho, e o respectivo secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos.

Três desembargadores que eram juízes criminais quando ocorreu o massacre também foram chamados. Ainda não há confirmação sobre os dias em que eles devem ser ouvidos.

O maior massacre já ocorrido no sistema carcerário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do Presídio do Carandiru (como ficou conhecida a casa de detenção), na capital paulista. O antigo presídio foi desativado. Três prédios do complexo foram demolidos para construção de um parque.

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