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"Judeus do Amazonas" não conseguem autorização para imigrar

Os "Judeus do Amazonas", como são conhecidos, são procedentes da cidade peruana de Iquitos, e são convertidos ao judaísmo


	Rabino reza: o grupo se converteu em agosto de 2011 por mediação de um tribunal rabínico do movimento Masorti.
 (Chip Somodevilla/Getty Images)

Rabino reza: o grupo se converteu em agosto de 2011 por mediação de um tribunal rabínico do movimento Masorti. (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 14h58.

Jerusalém - Um grupo de 284 peruanos convertidos ao judaísmo está esperando há vinte meses autorização das autoridades para poder imigrar para Israel, denunciou nesta quarta-feira a Agência Judaica e o Movimento Conservador (Masorti).

Os "Judeus do Amazonas", como são conhecidos, são procedentes da cidade peruana de Iquitos, localizada na região amazônica, e segundo a Agência Judaica e o Masorti cumpriram com todos os requisitos para a conversão.

O grupo se converteu em agosto de 2011 por mediação de um tribunal rabínico do movimento Masorti, confirmou à Agência Efe o rabino Andrew Sacks, que é membro do Movimento Conservador e diretor da Assembleia Rabínica de Israel.

Segundo Sacks, alguns dos peruanos são descendentes de judeus de origem marroquina que chegaram ao Amazonas no século XIX buscando trabalho na indústria da borracha e se casaram com locais.

De acordo com o procedimento normal, após nove meses da conversão o indivíduo tem direito a realizar a "aliá" (obter passaporte israelense e imigrar ao Estado judeu). No entanto, passados vinte meses do processo, o Ministério do Interior de Israel ainda não deu uma resposta aos "Judeus do Amazonas".

"Estas pessoas seguiram um processo de conversão de cinco anos de estudos e que foi aprovada por um tribunal autorizado. São judeus e não há nenhum motivo para que não possam ir para Israel", afirma Sacks.

O rabino explicou que a origem latino-americana e os baixos recursos econômicos das famílias dos convertidos podem ser alguns dos motivos que estão impedindo a imigração.


Jack Corcos, da Agência Judaica, disse à Efe que a organização "pediu a aprovação da imigração do grupo peruano", já que foram "cumpridos todos os requisitos" e "alguns deles têm inclusive antepassados judeus".

Corcos lembrou que membros desta mesma comunidade judaica peruana chegaram em Israel em 2001 e 2004, o que segundo ele torna ainda mais incompreensível as dificuldades encontradas desta vez.

"Pensamos que o Ministério do Interior tem direito a fazer as comprovações que julgar necessárias, mas também achamos que não há razão para que tenham que esperar tanto tempo", criticou.

Altos funcionários de organizações judaicas mundiais advertiram que se o Ministério do Interior rejeitar as solicitações de cidadania a decisão poderia abalar as relações entre o governo de Israel e o Movimento Conservador mundial.

A porta-voz do Ministério do Interior, Sabine Haddad, respondeu que "o assunto está à espera de uma decisão de alto nível".

A maioria dos peruanos convertidos declarou intenção de se mudar para Israel e o plano inicial era fazer isso de forma gradual, em vários grupos separados. 

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