Mantega: o acordo de colaboração especifica que o ex-ministro pegava o dinheiro para o PT, e não para uso pessoal (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de maio de 2017 às 23h19.
São Paulo - Em delação premiada, o empresário Joesley Batista relatou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (Governos Lula e Dilma) era o elo entre o grupo JBS e o PT. Segundo o executivo, Mantega "intermediava" os repasses de propinas do grupo a parlamentares petistas.
As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 17, pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo o site do jornal, Joesley gravou Temer dando aval para "compra do silêncio" do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ).
Em reunião na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu, Temer teria sido informado pelo empresário sobre mesada milionária ao ex-deputado - preso desde outubro na prisão da Lava Jato e condenado a 15 anos e quatro meses por corrupção e lavagem de dinheiro.
Os delatores alegaram que Mantega era responsável por mediar junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aportes feitos ao Grupo J&F.
O acordo de colaboração especifica que o ex-ministro pegava o dinheiro para o PT, e não para uso pessoal.
Joesley afirmou, segundo o Globo, aos procuradores da força-tarefa, ter se reunido com Luciano Coutinho, então presidente do BNDES. Ele diz ter percebido que Mantega "falava antes com o presidente do BNDES sobre assuntos importantes à JBS".
Procurada, a assessoria de imprensa da JBS disse que "não tem qualquer informação sobre as notícias publicadas há pouco pelo jornal O Globo".