Roberto Jefferson do PTB (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2012 às 19h26.
São Paulo - Em recuperação da cirurgia para a retirada de um tumor maligno do pâncreas, o presidente nacional do PTB e deputado federal cassado, Roberto Jefferson, continua a disparar contra o ex-ministro José Dirceu em textos publicados em seu blog e no twitter.
Delator do esquema de corrupção e um dos 38 réus do processo em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-parlamentar reclamou da estratégia do advogado José Luís Oliveira Lima, que defende o ex-ministro. Em suas alegações finais, Oliveira Lima negou que seu cliente mantinha controle sobre o PT na época do escândalo.
"A defesa de Zé Dirceu quis também negar a participação do ex-homem forte do governo nas maracutaias de seu partido. Quis dizer que eu menti. Que absolvam o Zé por falta de provas produzidas na ação penal, vá lá. Mas não dá para apagar os depoimentos prestados na CPI, as provas lá produzidas", escreveu Jefferson.
"Não dá para defender o indefensável. Não dá, principalmente, para varrer para debaixo do tapete o julgamento político que já aconteceu e que o condenou", concluiu o ex-deputado.
Jefferson também disparou contra o procurador-geral da República Roberto Gurgel, e o seu antecessor, Antonio Fernando de Souza, que autor da denúncia que originou a ação penal 470 no STF.
Segundo ele, enquanto os advogados de defesa basearam suas alegações finais nos depoimentos prestados em juízo pelas testemunhas, os procuradores optaram por transcrever "os depoimentos que fizeram sucesso na CPI dos Correios, inclusive o meu. Não é por nada, mas Gurgel pode pagar o preço, aos juízes garantistas, da tática do antigo procurador-geral, que optou por denunciar as testemunhas", escreveu o presidente do PTB.
O delator do mensalão ainda zombou das fotos publicadas nos jornais desta terça nas quais alguns ministros do STF parecem estar dormindo durante a sessão. Para ele, as próximas semanas serão de "martírio".
"Se ontem (6) o dia já foi cansativo para os ministros, as próximas duas semanas serão um martírio. Ontem (segunda-feira) foi o dia de ouvir as grandes defesas, a nata da advocacia brasileira em defesa dos principais réus, operadores e comandantes do mensalão. Daqui para frente serão poucas as novidades que valham nota", publicou Jefferson.