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Itamar, Temer e a dança das cadeiras

O ex-presidente Itamar Franco, que assumiu interinamente depois da abertura do processo de impeachment contra Fernando Collor em outubro de 1992, ficou conhecido pela extensa lista de ministros que teve nos tempos que passou pelo Planalto. Só na Fazenda, foram seis nos dois anos e dois meses de presidência. Nenhum deles foi demitido no primeiro […]

HENRIQUE ALVES: Itamar trocou 20 ministros em seu primeiro ano de governo. Temer vai no mesmo caminho / Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 06h09.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h24.

O ex-presidente Itamar Franco, que assumiu interinamente depois da abertura do processo de impeachment contra Fernando Collor em outubro de 1992, ficou conhecido pela extensa lista de ministros que teve nos tempos que passou pelo Planalto. Só na Fazenda, foram seis nos dois anos e dois meses de presidência. Nenhum deles foi demitido no primeiro mês de mandato. Michel Temer, que está no cargo há um mês e cinco dias, exonerou ontem o terceiro – Henrique Eduardo Alves, do Turismo.

Com Itamar, foram 20 substituições no primeiro ano. No ritmo atual, Temer chegará à mesma marcar ainda mais cedo. Naquela época, o primeiro a cair foi na Fazenda. Gustavo Krause pediu o chapéu depois de 76 dias, em 16 de dezembro de 1992, alegando falta de apoio por parte do presidente. Itamar queria um ministro que tivesse uma postura radical contra a hiperinflação e queimou o escolhido.

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Pelo mesmo motivo, saiu Paulo Haddad, seu sucessor, que ficou 74 dias no cargo. Eliseu Resende também não chegou a completar 80 dias na Fazenda e saiu por suspeitas de ajudar na concessão de um empréstimo que favoreceu a construtora Odebrecht em uma obra no Peru. Veio Fernando Henrique Cardoso e a história se fez.

Os motivos das quedas à época foram muito diferentes dos que derrubaram os ministros de Temer. Até aqui, os três que saíram do cargo – Romero Jucá, Fabiano Silveira e Henrique Alves – tiveram problemas relacionados com a operação Lava-Jato. Com Itamar, as suspeitas de corrupção foram mais restritas, e uma delas entrou para a história. Amigo do ex-presidente, o ministro da Casa Civil Henrique Hargreaves teve o nome envolvido no esquema investigado pela CPI dos Anões do Orçamento e pediu afastamento dizendo que voltaria quando provasse que não tinha nada a ver com a história. Voltou, três meses depois. Alguma chance de isso se repetir agora?

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