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Inovação na saúde é necessária para equilibrar contas

O secretário estadual da Saúde de SP, David Uip, destacou a importância de inovar o "sistema hospitalocêntrico" que cuida da doença em vez de preveni-la

Saúde: "Estamos com um sistema hospitalocêntrico, no qual cuidamos da doença", diz David Uip (Thomas Northcut/Thinkstock/Thinkstock)

Saúde: "Estamos com um sistema hospitalocêntrico, no qual cuidamos da doença", diz David Uip (Thomas Northcut/Thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 16h12.

São Paulo - A inovação na área da saúde não deve estar restrita somente às pesquisas de novos tratamentos. Ela é uma arma poderosa também na gestão de recursos financeiros, principalmente nas unidades públicas, que contam com verba escassa.

Essa foi a avaliação dos participantes de painel do Summit Saúde Brasil, evento promovido pelo Grupo Estado nesta segunda-feira, 14, em São Paulo.

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip, destacou a importância de inovar no modelo de assistência praticado hoje.

"Estamos com um sistema hospitalocêntrico, no qual cuidamos da doença. O desafio é mudar para um sistema de prevenção", disse.

Segundo o secretário, as despesas do Ministério da Saúde com ações de média e alta complexidade têm deficit anual de R$ 3 bilhões. Parte desses problemas de saúde seriam evitados se a intervenção na doença ocorresse antes.

Uip destacou ainda parcerias da secretaria com startups na área da saúde que propõem soluções para melhorar os processos internos. "O gestor público precisa progredir."

Também palestrante do evento, o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, concordou.

"Temos de quebrar ritos e obrigações e pensar diferente, em outras soluções. Nunca se pensou em economia de escala na saúde e isso tem que ser pensado", disse.

CEO da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Denise Santos ressaltou que o hospital conseguiu superar uma grave crise financeira a partir de 2013 com a implantação de projetos de gestão, cursos de capacitação e contratação de profissionais não só da área de saúde.

"Em dois anos, conseguimos zerar as contas do hospital. Buscamos trazer profissionais da indústria, do varejo e da saúde para discutir modelos mais criativos para olhar para o setor."

Diretor-geral do centro de cardiologia do Instituto do Coração (Incor) e do Hospital Sírio-Libanês, Roberto Kalil Filho diz que os avanços também podem ser conquistados com parcerias.

"Eu não vejo a medicina de ponta hoje no hospital público sem a parceria com hospitais privados dentro do seu limite."

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