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Índios da Amazônia relatam mais ameaças após assassinatos

Indígenas da fronteira entre Peru e Brasil dizem que continuam a receber ameaças de morte de madeireiros, após assassinato de 4 chefes locais

Índios: tensões enfatizam a ausência da lei em uma das fronteiras com maior biodiversidade no mundo (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 18h34.

Lima/São Paulo - Os indígenas da fronteira entre Peru e Brasil dizem que continuam a receber ameaças de morte de madeireiros desde o assassinato de quatro chefes locais em uma região remota de floresta assolada pelo corte ilegal de árvores.

A morte do líder da tribo Ashaninka, Edwin Chota, e de três companheiros seus em setembro se deu após um aumento nos índices de desmatamento na Amazônia no ano passado e aprofundou os temores de que os madeireiros irão atacar as tribos, que têm sido mais ativas em sua oposição.

As tensões enfatizam a ausência da lei em uma das fronteiras com maior biodiversidade no mundo e que há tempos é palco de visões conflitantes sobre desenvolvimento e preservação.

Nos últimos anos, os índios das regiões fronteiriças vêm confrontando estranhos em busca de madeira, petróleo, ouro e do controle das rotas do narcotráfico para o Brasil, onde a Copa do Mundo deste ano alimentou a procura por cocaína peruana.

O grupo ativista Global Witness disse que a violência põe em xeque o compromisso do Peru de proteger suas florestas e conceder direitos territoriais a comunidades nativas.

O Peru, que sedia a cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) durante esta semana, deteve três madeireiros ligados aos assassinatos, mas as prisões não frearam o desmate ilegal na área da divisa nem puseram fim ao tipo de assédio que antecedeu a morte de Chota, afirmaram os moradores.

“Tem havido até mais ameaças”, declarou o líder Ashaninka, Reyder Sebastian, por telefone da região da fronteira.

Os madeireiros alertam os moradores locais para que fiquem quietos ou enfrentem o mesmo destino de Chota, usando o rádio ou gritando através dos rios, disse Sebastian. Ele recebeu várias ameaças de morte pelo celular desde que substituiu Chota como líder local, acrescentou.

O Peru disse que a polícia posicionada perto da divisa depois dos assassinatos irá ajudar a garantir a proteção, e prometeu enviar pessoal e recursos adicionais em breve.

A Polícia Federal do Brasil também enviou efetivos para a região temporariamente.

Muitos índios temem que a investigação das mortes termine sem que todos os assassinos sejam levados à justiça. O promotor peruano Edder Farfan ecoou estas preocupações, afirmando que tem três mandados de prisão para homens ligados aos direitos territoriais na área que ele suspeita terem encomendado as mortes .

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A morte do líder da tribo Ashaninka, Edwin Chota, e de três companheiros seus em setembro se deu após um aumento nos índices de desmatamento na Amazônia no ano passado e aprofundou os temores de que os madeireiros irão atacar as tribos, que têm sido mais ativas em sua oposição.

As tensões enfatizam a ausência da lei em uma das fronteiras com maior biodiversidade no mundo e que há tempos é palco de visões conflitantes sobre desenvolvimento e preservação.

Nos últimos anos, os índios das regiões fronteiriças vêm confrontando estranhos em busca de madeira, petróleo, ouro e do controle das rotas do narcotráfico para o Brasil, onde a Copa do Mundo deste ano alimentou a procura por cocaína peruana.

O grupo ativista Global Witness disse que a violência põe em xeque o compromisso do Peru de proteger suas florestas e conceder direitos territoriais a comunidades nativas.

O Peru, que sedia a cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) durante esta semana, deteve três madeireiros ligados aos assassinatos, mas as prisões não frearam o desmate ilegal na área da divisa nem puseram fim ao tipo de assédio que antecedeu a morte de Chota, afirmaram os moradores.

“Tem havido até mais ameaças”, declarou o líder Ashaninka, Reyder Sebastian, por telefone da região da fronteira.

Os madeireiros alertam os moradores locais para que fiquem quietos ou enfrentem o mesmo destino de Chota, usando o rádio ou gritando através dos rios, disse Sebastian. Ele recebeu várias ameaças de morte pelo celular desde que substituiu Chota como líder local, acrescentou.

O Peru disse que a polícia posicionada perto da divisa depois dos assassinatos irá ajudar a garantir a proteção, e prometeu enviar pessoal e recursos adicionais em breve.

A Polícia Federal do Brasil também enviou efetivos para a região temporariamente.

Muitos índios temem que a investigação das mortes termine sem que todos os assassinos sejam levados à justiça. O promotor peruano Edder Farfan ecoou estas preocupações, afirmando que tem três mandados de prisão para homens ligados aos direitos territoriais na área que ele suspeita terem encomendado as mortes .

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