Índios afetados por obras do Maracanã comemoram prisão de Cabral
"Viemos comemorar, nos regozijamos dessa prisão. Esperamos por isso há três anos. Chegou o grande dia", disse o historiador Micael Baré
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 13h40.
Última atualização em 17 de novembro de 2016 às 15h21.
Rio - A prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) vem atraindo curiosos desde cedo à sede da Polícia Federal (PF), no centro do Rio.
No início da tarde desta quinta-feira, 17, chegou ao local um grupo de indígenas da Aldeia Maracanã, afetada pelas obras de reforma do estádio do Maracanã, na zona norte do Rio - uma das fontes de propina pagas por empreiteiras a Cabral, segundo o Ministério Público Federal.
Os índios, que trouxeram maracás (chocalhos), cantavam e dançavam. "Viemos comemorar, nos regozijamos dessa prisão. Esperamos por isso há três anos. Chegou o grande dia", disse o historiador Micael Baré, de uma etnia originária da região amazônica.
"A gente sabia que tinha corrupção ali. Fomos os primeiros afetados. Ouvi no rádio que ele estava preso e vim. Ele foi nosso algoz. Fizemos um ritual da purificação, que pune quem nos fez mal, e está caindo um a um: (o empresário)Eike Batista, a (ex-presidente) Dilma (Rousseff), agora o Cabral".
Por volta das 13h15, cerca de 50 pessoas estavam observando a movimentação de policiais e jornalistas. Elas aplaudiam a prisão, e culpavam Cabral pela crise no Estado. "Cabral ladrão!", "Vai pra Bangu!", gritavam.