Exame Logo

IMA conclui que morte de peixes em lagoa de Maceió não tem relação com mina da Braskem

Segundo a equipe multidisciplinar do IMA, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a morte dos peixes na região está ligada ao nível elevado de degradação da laguna

(ROBSON BARBOSA/AFP/Getty Images)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 12h24.

Última atualização em 30 de janeiro de 2024 às 13h35.

O Instituto do MeioAmbiente do Estado de Alagoas ( IMA-AL ) afirmou nesta terça-feira, 30, em uma nota técnica, que a mortandade de peixes na Laguna Mundaú no início deste anonão teve relação como deslocamento da mina 18 da Braskem,onde a mineradoraexplora sal-gema em Maceió.

Em janeiro, um vídeo viralizou nas redes sociais com imagens que mostravama margem da lagoa repleta de peixes mortos. "Feliz Ano Novo? Para quem? Para os nossos sururuzeiros, marisqueiras e pescadores o ano não começa feliz. Recebo essas imagens com muita tristeza no primeiro dia do ano", dizia a legenda. Após o caso, o IMA começou a realizar uma análise laboratorial

Veja também

Segundo a equipe multidisciplinar do IMA, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal),a morte dos peixes na região está ligada aonível elevado de degradação da laguna, constatado nas amostras analisadas, além de outras características preocupantes relacionadas a altas temperaturas, lançamento de efluente industriais e domésticos, drenagem urbana, presença de agroquímicos, resíduos químicos, a exemplo de derivados de combustíveis, e o acúmulo de matéria orgânica acentuada no leito da laguna.

Para chegar nessa conclusão, o instituto ampliou omonitoramento e fez 124 ensaios analíticos entre os dias 11 de dezembro de 2023 e 12 de janeiro de 2024.Os dados foram apresentados aos pesquisadores da Ufal e confrontados com dados históricos do próprio IMA, da literatura científica e dos resultados da pesquisa, com foco nas condições de variabilidade da Laguna Mundaú.

A nota ressalta também que, no que se refere às variabilidades encontradas nos parâmetros físico-químicos, até este momento, não se identificou padrões superiores aos já revelados historicamente. Isso indica que os parâmetros analisados estão dentro dos índices históricos encontrados no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM) e que, até o presente momento, não apresentam correlações com o evento da Mina 18, embora mereçam atenção e acompanhamento contínuo.

O documento pontua ainda que, como medida de mitigação dos impactos, o IMA vem promovendo ações de educação ambiental e atuando com rigor na fiscalização e monitoramento, bem como atuando com mais criticidade no licenciamento de empreendimentos que possam causar significativo impacto ambiental no ecossistema lagunar.

A nota afirma ainda que o IMA segue trabalhando em parceria com as demais instituições, fóruns, conselhos e a sociedade civil visando a conservação e recuperação do CELMM e, caso surja a situação em que os dados apontem para alterações relacionadas à mineração, o instituto não hesitará em adotar medidas cabíveis e divulgar essas informações à sociedade, reafirmando seu compromisso com a transparência e a busca pela preservação ambiental.

Acompanhe tudo sobre:MaceióBraskem

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame