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IBGE: renda do trabalhador cresceu apesar da crise

O aumento na renda foi impulsionado por uma melhora na qualidade do emprego

Crescimento na quantidade de trabalhadores com carteira assinada aumentou (.)

Crescimento na quantidade de trabalhadores com carteira assinada aumentou (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Rio de Janeiro - Mesmo com a crise global e o aumento no contingente de desempregados, a renda média mensal real do trabalhador subiu 2,2% de 2008 para 2009, somando R$ 1.106,00 no ano passado. É o que mostrou hoje a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, a renda do trabalhador vem crescendo anualmente desde 2004.

A renda pesquisada abrange todos os ganhos gerados por trabalhos de pessoas de dez anos ou mais de idade. De 2004 a 2009, o aumento acumulado da renda foi de 20%. A taxa de crescimento na renda entre 2008 e 2009 é maior do que a observada entre 2007 e 2008 (de 1,7%), mas ainda abaixo das apuradas nos períodos de 2006 a 2007 (de 3,1%) e de 2005 a 2006 (de 7,2%).

Segundo o instituto, o aumento na renda foi impulsionado por uma melhora na qualidade do emprego, com crescimento na quantidade de trabalhadores com carteira assinada. Em 2009, entre as 101,1 milhões de pessoas da população economicamente ativa, 91,7% estavam trabalhando e as demais, ou 8,3% do total, estavam procurando por trabalho.

A pesquisa revelou que a população ocupada no mercado de trabalho ficou relativamente estável, em torno de 92,7 milhões de pessoas em 2009, um acréscimo de apenas 0,3% em relação a 2008 - em torno de 42,9% da população ocupada trabalhava em atividades de serviços. No entanto, o número de empregados com carteira assinada subiu 1,5% entre 2008 e 2009, para 32,4 milhões de trabalhadores - um acréscimo de mais de 483 mil trabalhadores em relação a 2008.

Índice de Gini
O IBGE também destacou que se manteve em tendência de queda o índice de Gini da renda do trabalhador. O índice, que vai de zero a 1, é usado para mensurar a desigualdade de renda: zero corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa desigualdade. De 2008 para 2009, o indicador passou de 0,521 para 0,518.

Porém, na comparação de renda entre homens e mulheres, o quadro ainda é bastante desigual. Em 2009, o rendimento das mulheres foi de R$ 786, o que representou 67,1% do obtido pelos homens no mesmo ano (R$ 1.171). O instituto informou, porém, que o patamar de desigualdade já foi mais forte: em 2004, o porcentual de ganhos das mulheres representava 63,6% da renda de trabalho dos homens.

Ainda segundo o instituto, 90% das mulheres ocupadas no mercado de trabalho em 2009 também realizavam tarefas referentes aos afazeres domésticos. Entre os homens ocupados, esse porcentual era 49,7% no ano passado.

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