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Iates e motéis são opções de hospedagem em Manaus na Copa

Empresa Estadual de turismo incentiva hospedagens de turistas que vão assistir aos jogos da Copa em Manaus em quartos de motéis, iates e residências


	Arena Amazônia: 80% da rede hoteleira de Manaus está com a capacidade esgotada
 (Bruno Kelly/Reuters)

Arena Amazônia: 80% da rede hoteleira de Manaus está com a capacidade esgotada (Bruno Kelly/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 16h19.

Manaus - A Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) está incentivando hospedagens de turistas que vão assistir aos jogos da Copa do Mundo em Manaus em quartos de motéis, iates e residências.

Segundo a Amazonastur, a medida foi tomada porque os 23 mil leitos dos 107 hotéis da capital são insuficientes para suprir a demanda de 60 mil a 80 mil turistas esperados.

De acordo com a Amazonastur, 80% da rede hoteleira de Manaus está com a capacidade esgotada.

A empresa de turismo diz que a média da diária dos hotéis é de R$ 375,67.

A alternativa de colocar navios de cruzeiro no porto de Manaus para receber os turistas foi descartada pelo governo.

Sobre os cruzeiros, a Amazonastur disse que a temporada dos navios foi até o mês de abril, ou seja, fora do período da Copa do Mundo.

Oreni Braga, presidente da empresa estadual, disse à Agência Efe que cerca de 30 motéis e 30 iates de luxo foram selecionados em Manaus para receber os turistas durante o campeonato de futebol.

Ela afirma que as embarcações têm camarotes, salas, cozinha, banheiros e área de lazer.

"Com os motéis e os barcos, esperamos acrescentar mais de 900 leitos disponíveis em Manaus", disse Oreni Braga.

Segundo a presidente da Amazonastur, a oferta de hospedagem alternativa não é novidade no Brasil, principalmente em destinos como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

"Essas cidades já adotam esse tipo de medida. Mas, em Manaus, vale lembrar que o projeto tem validade. Não será permanente. Apenas para suprir a demanda da Copa", explicou Oreni Braga.

A Empresa Estadual de Turismo está realizando também cadastramento de casas para aluguéis em parceria com o Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Amazonas.

Os preços são negociados diretamente entre os inquilinos e os donos dos imóveis.

Oreni Braga afirmou que, até o momento, 400 casas estão cadastradas. Ela disse que as residências estão sendo inspecionadas.

O turista pode obter informações sobre as hospedagens alternativas no site Visitamazonas e no endereço criado exclusivamente para o serviço, onde também estão sendo divulgados os motéis disponíveis.

No site Hospedagem Copa Manaus, a reportagem da Efe verificou que vários imóveis estão disponíveis para aluguel.

Eles têm diária que vão de R$ 250 a R$ 400 (por pessoa) em localidades cuja distância até o estádio Arena da Amazônia é variada.


Indagada sobre a perspectiva de crescimento do turismo para o Amazonas após a Copa, Braga mostrou otimismo.

"Acreditamos, com toda certeza, que a Copa vai impulsionar o turismo no Brasil e principalmente em Manaus. Aqui o mercado vem crescendo acima da média nacional", disse.

Oreni Braga reconheceu que os empresários do setor hoteleiro em Manaus não investiram em novos empreendimentos apenas para atender a demanda da Copa.

"Nenhum hotel novo construído na cidade foi para a Copa do Mundo. Eles (empresários) fizeram um estudo de viabilidade econômica e perceberam que o mercado é bom e tem um futuro promissor, mas nenhum empresário do ramo faz um investimento temporário", afirmou.

Dos 107 hotéis de Manaus, 56 integram a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Amazonas (ABIH). Segundo a entidade, 40 hotéis estão com 94% dos leitos reservados para o período dos jogos em Manaus.

A subsede vai receber as seleções da Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Croácia, Camarões, Honduras e Suíça.

O staff da Fifa, segundo Roberto Bulbol, presidente da associação, ficará hospedado no Hotel Tropical, o maior de Manaus.

Questionado sobre o que acha das hospedagens alternativas oferecidas pela Amazonastur, Bulbol disse que não queria comentar. "Tive divergências sobre o assunto um ano atrás", afirmou.

Segundo Roberto Bulbol, nos chamados "hotéis de selva", resorts localizados no entorno da capital amazonense, não houve interesse dos turistas para hospedagem no período da Copa do Mundo.

Ele atribuiu o problema à distância e ao preço elevado das passagens aéreas.

"A permanência média desses visitantes durante a Copa será de três ou quatro dias. Mas, antes dos jogos, nos meses que antecedem a Copa, o número de turistas não é muito elevado, não é de muita gente. Em Manaus, a maioria dos visitantes vem a negócios. Um evento grande como este atrai multidões, mas as pessoas ficam pouco tempo. Quando acabarem os jogos, o número voltará a ser pequeno", disse Roberto Bulbol.

Os hotéis de selva são o grande atrativo de hospedagem no estado do Amazonas, com quartos luxuosos e rústicos ao mesmo tempo.

Há alojamentos em cima de copas de árvores e áreas de lazer localizadas no meio dos lagos e rios, cercados de floresta nativa.

A sócia-proprietária de um dos maiores hotéis de selva de Manaus, o Ariaú Tower, Ellen Honorato de Moraes, disse à Efe que não houve procura de turistas para o período da Copa.

Ela contou que, logo após o sorteio dos jogos, em dezembro de 2013, operadores de turismo fizeram reservas de apartamentos, mas após três meses elas não foram confirmadas.

"Recebemos muitas reservas, mas nenhuma foi honrada. Estávamos esperando um crescimento de 100% de visita e não houve essa resposta. Os turistas que vamos receber são americanos que já haviam marcado. São clientes normais que recebemos no período. A vinda deles não tem relação com a Copa", disse.

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