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Hospital fecha maternidade em SP após duas mortes em 24h

Suspeita é de infecção hospitalar no setor, que está passando por varredura; duas mulheres mo

 (Miguel Alvarez/AFP)

(Miguel Alvarez/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2017 às 11h05.

Última atualização em 22 de março de 2017 às 12h09.

São Paulo - A maternidade do Hospital Municipal de Cidade Tiradentes, gerida pela Organização Social Santa Marcelina, no extremo da zona leste da cidade de São Paulo, foi fechada por suspeita de infecção hospitalar no setor, que passa por uma varredura.

Determinada na sexta-feira, a medida é considerada preventiva pela equipe médica e aconteceu após a morte de duas mulheres em um período de 24 horas.

Ambas tiveram bebês na unidade uma semana antes e retornaram com quadros infecciosos semelhantes e atípicos, que as levaram a óbito.

Segundo o chefe da maternidade, Rodrigo Cerqueira de Souza, as duas vítimas deram à luz em partos normais com evolução dentro do esperado nos dias 6 e 7 deste mês.

"Elas não tiveram gestação de risco, não ficaram muito tempo em trabalho de parto, não sofreram hemorragias. Não havia, portanto, qualquer sinal no pós-parto, por isso tiveram alta, assim como os bebês", afirma.

Em ambos os casos, os sintomas começaram sete dias após o nascimento dos bebês. As mulheres voltaram ao hospital com queixas de dores no baixo ventre, distensão abdominal e febre.

"Elas morreram em decorrência de infecção puerperal, que é a que afeta os órgãos que ficam no caminho por onde passa o bebê, como o útero e a vagina". Os dois casos podem ser considerados atípicos porque, segundo Souza, este quadro é tratável e curável.

O comunicado interno da unidade, assinado pela médica do serviço de controle de infecção hospitalar Rachel Busanello, apontou que "nas primeiras avaliações clínicas obstétricas não havia sinais clínicos evidentes de infecção puerperal, que seriam: dor à palpação uterina, útero amolecido e lóquios purulenta."

"Por tudo isso, existe a possibilidade de haver um foco de infecção hospitalar na unidade. Pode ser apenas uma coincidência, mas, por questão de segurança, resolvemos interromper o serviço para recolher amostras de cada espaço do setor. Não queremos correr o risco", afirma.  "A expectativa é de que a maternidade possa abrir dentro de sete a dez dias, caso nada seja encontrado." A gestão João Doria (PSDB) informou que apoia a medida.

Sem tumulto

A reportagem esteve no hospital na tarde de ontem, mas não havia movimentação atípica. Funcionários ouvidos pelo Estado disseram que as gestantes já estão sendo direcionadas para outros hospitais de referência na região - Hospital Geral de Guaianases, São Mateus e Santa Marcelina de Itaquera, ambos na zona leste da cidade - e sequer passam pela unidade.

O pronto-socorro da unidade manteve o funcionamento e, segundo o governo, se uma gestante em trabalho de parto chegasse ao local, seria atendida normalmente.

A maternidade é uma das principais da cidade. Faz, em média, de 300 a 350 partos por mês - 70% deles normais.

Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), que atua na zona leste, o fechamento da unidade é grave e prejudica as mulheres, que dispõem de poucas opções na região.

A parlamentar vai protocolar nesta quarta-feira, 22, pedido de convocação de representantes da Secretaria Municipal da Saúde para explicar a situação do hospital.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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