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Heleno: Alemanha quer preservar nossas florestas para explorá-las depois

O ministro disse não ter "nenhuma dúvida" de que há uma estratégia econômica por trás da preocupação com o meio ambiente no Brasil

Meio ambiente: General Augusto Heleno se irrita com iniciativa da Alemanha em querer falar sobre florestas brasileiras (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Meio ambiente: General Augusto Heleno se irrita com iniciativa da Alemanha em querer falar sobre florestas brasileiras (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2019 às 12h10.

Última atualização em 27 de junho de 2019 às 14h51.

Osaka — O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, alegou nessa quinta-feira, 27, que países como a Alemanha têm interesse em explorar florestas brasileiras no futuro e, por isso, dão "palpite" na política ambiental do Brasil. A afirmação vem depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, se declarar "muito preocupada" com políticas ambientais do governo Bolsonaro e com o desmatamento no Brasil.

"O que não pode é país dar palpite no Brasil. A gente não dá palpite em ninguém. Por que a gente não dá palpite no meio ambiente da Alemanha? Quais são as florestas que o europeu preservou? Vejam o que a Europa tinha de floresta no início do século e o que tem hoje. Nunca lembraram disso, agora vêm pra cima do Brasil? É muita coincidência, né, um país rico como o Brasil é e eles vêm cobrar a preservação do meio ambiente da gente", disse o ministro.

Ele disse não ter "nenhuma dúvida" de que há uma estratégia econômica por trás da preocupação com o meio ambiente no país. "Estratégia para preservar o meio ambiente do Brasil para eles mais tarde explorarem. Cheio de ONG por trás deles, ONG sabidamente a serviço de governos estrangeiros, vocês têm que ler mais um pouco sobre isso, viu? Vocês estão muito mal informados", afirmou. "Veja quantas ONGs têm na Amazônia, o número até hoje ninguém conseguiu calcular, mas eu garanto que é muita ONG", afirmou, dizendo que é preciso "limitar a atuação" das organizações não governamentais.

"O que o Brasil não pode é abrir mão das riquezas em prol de mais tarde essas riquezas serem exploradas pelo estrangeiro. Número dois: hoje pela lei, 80% das propriedades da Amazônia têm que ser preservadas. É justo você comprar uma propriedade e 80% você não poder mexer? Não poder fazer nada?", criticou o ministro.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro rebateu a chanceler alemã, Angela Merkel, e disse que o Brasil "tem exemplo para dar para a Alemanha" sobre meio ambiente. "O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores, que vieram aqui para ser advertidos por outros países, não", disse Bolsonaro.

Heleno classificou a crítica da chanceler alemã como "totalmente injusta" e afirmou que o Brasil é um dos países que "mais preserva o meio ambiente no mundo". "Quem tem moral para falar da preservação de meio ambiente no Brasil? Esses países que criticam? Vão procurar sua turma", rebateu o general.

Segundo ele, não há previsão de que Bolsonaro reitere, no G-20, que o Brasil não vai sair do Acordo de Paris. "Isso já foi dito. Pode repetir, se for perguntado. Não é obrigatório, não está na pauta do G-20 isso", afirmou.

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