Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
Haddad vira alvo em debate; May por um fio? e mais…
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 07h28.
Haddad vira alvo
Tendo embates diretos com Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), Fernando Haddad (PT) virou o principal alvo dos dois adversários no segundo bloco de seu primeiro debate na TV, realizado por emissoras de inspiração católica em Aparecida (SP), nesta quinta-feira, 20. A organização do debate optou por sortear quem perguntava e quem respondia, ou seja, os candidatos não escolhiam seus interlocutores nos questionamentos. Haddad vinculou Alckmin a Temer ao criticar a reforma trabalhista e o teto de gastos. O tucano, por sua vez, se posicionou favorável às mudanças trabalhistas e disse que quem escolheu Temer como vice foi o PT. “Não precisaria de PEC do teto se não fosse o vale-tudo do PT […] “Quem escolheu o Temer foi o PT, ele era vice da Dilma. Aliás, reincidente porque escolheram o Temer duas vezes”, declarou Alckmin.
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Adélio sozinho
Segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal (PF) não encontrou, até o momento, nenhum indício de que Adélio Bispo de Oliveira tenha agido a mando de uma segunda pessoa quando esfaqueou o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). Não há indicativo também de que Adélio tenha recebido ajuda de uma outra pessoa para cometer o crime, como chegou a ser especulado no início. A Polícia Federal concluiu nesta quinta a primeira parte da apuração e deve apresentar, de acordo com o ministro da Segurança Raul Jungmann, um relatório preliminar nesta sexta. A PF pediu prazo de 15 dias para apresentar relatório final do caso à Justiça Federal. Segundo o jornal, depois de encerrado este primeiro inquérito, a polícia deverá abrir uma nova investigação para aprofundar ainda mais a apuração. Mesmo sem indicativos claros de mandantes ou participação de terceiro, a PF pretende esgotar todas as hipóteses para não deixar nenhuma margem de dúvida sobre as circunstâncias e as responsabilidades pelo ataque.
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Sem fake news
A atriz Patricia Pillar usou suas redes sociais na noite desta quarta-feira (19) para desmentir boatos de agressão por parte de seu ex-marido, o presidenciável Ciro Gomes (PDT). “Eu nunca sofri nenhum tipo de violência pela parte de ninguém. Isso é totalmente falso”, afirmou em um dos vídeos publicados em sua conta do Twitter e também do Instagram. A atriz denunciou também que sua imagem está sendo usada para divulgar notícias falsas com a intenção de favorecer um candidato que jamais seria o dela. Em um segundo vídeo, a atriz declarou seu apoio ao ex-marido para a corrida presidencial deste ano. “Defendo um caminho novo, diferente do que está ai. O meu candidato é o Ciro Gomes, porque acredito no projeto que ele tem para o Brasil”, afirmou.
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Violência inaceitável
O Itamaraty demitiu o diplomata Renato de Ávila Viana do cargo de primeiro-secretário, conforme publicado nesta quinta no Diário Oficial da União. Ele é alvo de pelo menos dois processos na Justiça do Distrito Federal e de processos internos no Itamaraty por agressão a mulheres. No final do ano passado, Ávila foi afastado do posto ao ser acusado pela então namorada de tê-la espancado. Não foi a primeira acusação de violência contra a mulher. Ele foi demitido nesta quarta-feira (19), mesmo dia que a polícia foi acionada por vizinhos que ouviram gritos de socorro de uma mulher vindos do apartamento onde se encontrava. Ávila foi liberado após pagamento de fiança. Em reação à prisão, a Associação dos Diplomatas do Brasil emitiu uma nota na qual repudia atos de violência e discriminação contra mulheres e pede celeridade na apuração dos novos fatos.
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Mais investigação
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prorrogação por 60 dias das investigações sobre um suposto esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a parlamentares do MDB, segundo o Estadão. O pedido diz respeito a um inquérito que investiga os senadores do MDB Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Eunício Oliveira (CE), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL) e Valdir Raupp (RO), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e os ex-ministros Helder Barbalho (MDB-PA) e Guido Mantega (PT-SP). O inquérito apura suspeitas de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por essas autoridades, que negam irregularidades. Na avaliação da procuradora-geral da República, o “conjunto de elementos probatórios até agora arrecadados revelam a absoluta viabilidade da investigação em curso”. “A interrupção prematura desta apuração impedirá, de plano, o exaurimento de hipótese investigativa em exame”, observou Raquel Dodge.
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Menos estudantes presenciais
Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil teve queda de matrículas em graduações presenciais, segundo dados do Censo da Educação Superior 2017, divulgados nesta quinta-feira (20). A redução é puxada pela rede privada, que perdeu 0,8% de seus alunos nessa modalidade – cerca de 160 mil estudantes a menos. O resultado é reflexo da redução de programas como o Programa Universidade Para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil (Fies), além da crise financeira no país. Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que, em 2017, foi um tímido aumento de matrículas (0,6% ou 12,3 mil alunos) na rede pública o que segurou a queda nessa modalidade. O saldo para o ensino superior presencial foi, então, de 24,6 mil alunos a menos que em 2016. No entanto, somando os dois anos de queda, já são 103,8 mil matrículas a menos. A redução no ensino presencial fez com que, mais uma vez, o país tivesse um quadro de estagnação no volume de estudantes no ensino superior: no ano passado, eram 8,28 milhões de alunos em todos as modalidades de cursos superiores (presencial e a distância; ensino público e privado), 3% a mais que em 2016, quando eram 8,05 milhões de matriculados.
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Desalento crescente
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que vem crescendo a proporção de trabalhadores que, pouco após perder o emprego, passam ao desalento, mesmo sem ficar desempregado por longo período. No trimestre encerrado em julho, o Brasil registrou 4,818 milhões de pessoas em situação de desalento, o maior patamar da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme os dados analisados pelo Ipea, entre o quarto trimestre de 2015 e o primeiro trimestre de 2016, pouco mais de 14% daqueles que transitavam para a inatividade eram provenientes do desemprego e faziam parte do subgrupo de inativos desalentados. No segundo trimestre de 2018, entretanto, essa proporção havia subido para 22,4%. Entre aqueles que transitaram do emprego para a inatividade, a proporção dos desalentados subiu de 11,2%, no início de 2016, para 16,7%, no segundo trimestre de 2018.
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Cade pode voltar atrás
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode julgar novamente a compra da Garoto pela Nestlé, 16 anos depois do fechamento do negócio. A operação ocorreu em 2002, mas acabou vetada pelo Cade dois anos mais tarde. Na época, os julgamentos do Cade eram feitos depois de o negócio ter sido concretizado. Inconformada, a Nestlé recorreu à Justiça e conseguiu suspender a decisão do Cade em 2005. Em 2009, a Justiça determinou que o Cade julgasse o negócio novamente. A empresa voltou a recorrer em diversas instâncias. Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou recurso da Nestlé, o que, na prática, mantém a decisão de 2009, que determina novo julgamento. Com o descumprimento, o Cade poderia até leiloar as marcas ou determinar a revogação da compra da Garoto. Com isso, as duas empresas teriam de ser separadas mesmo tanto tempo após a concretização do negócio. O julgamento da fusão Nestlé/Garoto é um dos casos mais emblemáticos da história do Cade. A briga judicial que se seguiu a ela contribuiu para mudar a legislação concorrencial, em 2012, quando a concretização dos negócios passou a ficar condicionada ao aval do órgão antitruste.
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OCDE pessimista com o Brasil
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou, nesta quinta-feira (20), uma revisão das projeções para o crescimento do Brasil. A Organização do clube dos países mais ricos do mundo revisou para baixo a economia do país, e espera agora que o país cresça 1,2% em 2018 e 2,5% em 2019. Na avaliação da OCDE, o ritmo da recuperação do Brasil desacelerou, em meio a “considerável incerteza sobre as políticas futuras e problemas relacionados à greve” dos caminhoneiros. “As condições financeiras estão um pouco mais apertadas, apesar das vulnerabilidades externas menores do que em muitas outras economias emergentes”, afirma a OCDE. “Reiniciar reformas, particularmente da Previdência, ajudaria a melhorar a confiança e o gasto do setor privado, permitindo que o crescimento do PIB avance para cerca de 2,5% em 2019%”, sustenta a entidade. Além disso, a OCDE realizou cortes nas projeções para Argentina e Turquia, que têm enfrentado desvalorizações cambiais acentuadas. A entidade espera que a economia argentina tenha contração de 1,9% neste ano, quando antes projetava expansão de 2%. Para a Turquia, projeta crescimento de 3,2%, abaixo do avanço de 5,1% esperado em maio.
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May por um fio?
O Reino Unido pode entrar em colapso antes mesmo de se separar da União Europeia. Nesta quinta-feira, um dos líderes do movimento separatista, Nigel Farage, participou de uma manifestação pedindo a saída da primeira-ministra britânica, Theresa May. May foi eleita em 2016, logo após um plebiscito aprovar o divórcio com o bloco europeu. Embora tenha sido eleita como representante do Brexit, a primeira-ministra tem perdido apoio dentro e fora de seu governo. Após anunciar, durante uma coletiva de imprensa, que vai apresentar “o mais breve possível” um acordo sobre a fronteira das Irlandas, May recebeu o recado do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de que o acordo não funcionará. Segundo Tusk, a próxima reunião de líderes da União Europeia marcada para outubro será o “momento da verdade” para as negociações sobre a saída do Reino Unido do bloco, mas que “todos compartilharam a visão de que a estrutura sugerida para a cooperação econômica não irá funcionar, principalmente porque arrisca comprometer o livre comércio”. Como se não bastasse o comentário, deputados conservadores do Reino Unido afirmaram que a primeira-ministra será “expulsa” da liderança do governo “assim que o Brexit ocorrer”. O Reino Unido sairá da União europeia em março do ano que vem.
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Alibaba pessimista
O presidente do conselho do grupo Alibaba, Jack Ma, afirmou que a empresa chinesa não poderá cumprir sua promessa de criar 1 milhão de empregos nos Estados Unidos em razão das tensões comerciais entre Washington e Pequim. Ma já havia alertado que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo poderia durar décadas e que a China deveria focar em exportações na “Rota da Seda”, citando a África, o sudeste asiático e a Europa. O executivo se reuniu com o presidente norte-americano, Donald Trump, há dois anos, quando apresentou o plano da gigante de comércio eletrônico para adicionar um milhão de pequenas empresas dos EUA em sua plataforma para venderem aos consumidores chineses pelos próximos cinco anos.
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Injustiças venezuelanas
Um relatório publicado pela Organização Anistia Internacional afirmou que as forças de segurança do Estado venezuelano usam força letal com intenção de matar os setores da população mais vulneráveis e excluídos. Segundo o relatório, publicado nesta quinta, mais de 8.200 pessoas foram mortas por tropas governamentais, entre 2015 e 2017. “A Venezuela está passando por uma das piores crises de direitos humanos em sua história. A lista de crimes sob o direito internacional contra a população está aumentando”, afirmou Erika Guevara-Rosas, diretora para Américas da Anistia Internacional. O perfil das pessoas assassinadas é de homens jovens (entre 16 e 29 anos), pais de crianças pequenas e responsáveis pelo sustento da casa. Ainda segundo o relatório, 92% dos casos não são resolvidos, e que 98% possuem relatos de violações de direitos humanos. Entre as violações de direitos humanos apontadas pela Anistia estão: os direitos a saúde e a alimentação; a prática persistente de prisões arbitrárias politicamente motivadas; tortura e outras formas de tratamento cruel, desumano e degradante; e o uso de cortes militares para julgar civis.