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Haddad vai abrir poços na crise d’'água

A ideia é construir uma fonte alternativa de abastecimento para suprir uma possível falta de água em locais como creches e hospitais

Fernando Haddad: cada poço desse tipo custa, em média, R$ 15 mil (Paulo Fridman/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 08h17.

São Paulo - Diante do agravamento da crise da água em São Paulo , a gestão Fernando Haddad (PT) vai contratar uma empresa para perfurar poços artesianos na cidade em caso de "emergência".

A ideia é construir uma fonte alternativa de abastecimento por cada uma das 32 subprefeituras da capital para suprir uma possível falta de água em equipamentos públicos essenciais, como creches e hospitais.

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A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras pretende concluir a licitação por ata de registro de preço em um mês, para ter o serviço à disposição por um ano e perfurar os poços em um prazo mais curto.

"São para casos de emergência. Com esse modelo, conseguimos fazer um poço em 20 dias", explica o engenheiro José Carlos Masi, assessor técnico de obras e serviços da secretaria. Em média, uma contratação por concorrência leva mais de 60 dias.

Segundo ele, a licitação prevê a construção de quatro tipos de poços semiartesianos, com profundidade média de 120 metros, dependendo da condição geológica do solo.

A capital paulista está predominantemente sobre os Aquíferos São Paulo e Cristalino. De acordo com um fornecedor consultado pelo Estado, cada poço desse tipo custa, em média, R$ 15 mil.

Após uma consulta feita em maio, a secretaria recebeu de 24 subprefeituras a indicação de 60 endereços onde os poços podem ser construídos.

Segundo Masi, os locais são hospitais e as próprias sedes das administrações regionais. Agora, técnicos da prefeitura estão visitando as áreas apontadas para uma avaliação hidrogeológica.

"Foi o prefeito quem nos pediu esse levantamento em função dessa crise de estiagem. A ideia é não precisar usar, mas precisamos ter uma alternativa nas mãos caso seja necessário", afirmou Masi.

"Assim que a subprefeitura comprovar a necessidade de um poço, acionamos a empresa contratada, que ficará encarregada de obter a licença ambiental, a outorga e construir o poço", completou.

Para construir um poço, é preciso obter outorga de uso de água subterrânea do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e licença da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), ambos do governo estadual. Segundo Masi, em casos de emergência, essas autorizações podem ser emitidas em poucos dias.

Em 2013, o Estado tinha 17.822 poços cadastrados, dos quais 30% eram para uso industrial ou doméstico. Apenas 11% são destinados ao abastecimento público. Muitos poços, contudo, são feitos de forma clandestina e não entram no levantamento oficial.

Abastecimento. Segundo o DAEE, 52% dos 646 municípios paulistas usam exclusivamente água subterrânea em seu abastecimento público e 19% utilizam sistema misto, com água subterrânea e superficial. Não é o caso da capital paulista, que é abastecida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com água dos mananciais.

Neste ano, porém, a crise de estiagem que acometeu o Sistema Cantareira, o maior fornecedor de água para os cerca de 11 milhões de paulistanos, em especial das zonas norte, oeste e central, colocou em risco o abastecimento da capital.

O Sistema Alto Tietê, o segundo maior da Grande São Paulo e que abastece a zona leste, também está em nível crítico, apenas 12,6% da capacidade, e o Guarapiranga tem alcance limitado.

Conforme o Estado revelou em agosto, a Sabesp planejou em janeiro a criação de rodízio de água na parte atendida pelo Cantareira, no qual dividia a região em três blocos e livrava do racionamento as áreas onde ficam escolas e hospitais.

O plano foi descartado e considerado inadequado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que garante o abastecimento sem rodízio oficial de água até março de 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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