Fernando Haddad, ministro da Fazenda: arquitetura do arcabouço deve ser mantida, em sua avaliação (Leandro Fonseca /Exame)
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Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 17h54.
Última atualização em 18 de dezembro de 2025 às 18h00.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira, 18, a "arquitetura" do arcabouço fiscal, mas admitiu que é possível discutir mudanças de parâmetros previstos nas regras fiscais.
“Questão fiscal vai continuar inspirando cuidados devidos e penso que qualquer que seja o governo vai continuar aprimorando o arcabouço fiscal. O que entendo e já respondi outras vezes é que a arquitetura eu manteria. A arquitetura", afirmou.
Segundo Haddad, isso não descarta mudanças nas exigências contidas na lei para garantir o equilíbrio das contas públicas: "Você pode discutir os parâmetros do arcabouço: 'vou manter mais, apertar mais, apertar menos, vou mudar de 70% para 60%, de 70% para 80%, de 2,5% para 2%, para 3%'. Discutir parâmetros à luz da evolução fiscal é coisa que vai acontecer, mas a arquitetura é muito boa", disse.
O ministro afirmou a "questão fiscal vai continuar inspirando cuidados devidos" e que o próximo governo precisará fazer reformas na estrutura econômica.
"Acredito que vamos ter que fazer reforma. Todo tempo estou fazendo aqui algum tipo de reforma para melhorar a sustentabilidade dos gastos públicos", afirmou.
O arcabouço fiscal é um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal — controle dos gastos e receitas de um país. O governo busca, com isso, garantir credibilidade e previsibilidade para a economia e para o financiamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança pública.
Despesas criadas fora do arcabouço após a aprovação das regras fiscais, porém, deixaram analistas receosos sobre a sustentabilidade da lei.