Haddad explica crítica à Câmara: 'Não foi à atual legislatura'
Depois de dizer que a Casa está "com poder muito grande", ministro ligou para o presidente da Câmara, Arthur Lira, para dizer que se referia ao "presidencialismo de coalizão"
Agência de notícias
Publicado em 14 de agosto de 2023 às 19h08.
Última atualização em 14 de agosto de 2023 às 19h21.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou, na tarde desta segunda-feira, as declarações que deu sobre aCâmara dos Deputados, quando afirmou que nunca viu a Casa com tantos poderes. Segundo Haddad, a fala não se referia à atual legislatura.
"As minhas declarações foram tomadas como uma crítica à atual legislatura. Na verdade, eu estava fazendo uma reflexão sobre o fim do chamado presidencialismo de coalizão. Na verdade, nós tínhamos até os dois primeiros governos de Lula, um presidencialismo de coalizão, e isso não foi substituído por uma relação institucional mais estável", declarou o ministro.
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Seguindo Haddad, ele ligou e conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele diz que importante medidas econômicas tão teriam sido aprovadas ou encaminhadas no Congresso se não fosse o apoio do Legislativo.
"Até falei com o presidente Lira. Fiz questão de ligar para ele para que isso fosse esclarecido. Antes de mais nada, fiz questão de me comunicar com ele. Foi excelente [ a ligação ]. Ele falou: ‘Haddad, talvez caiba um esclarecimento, porque as pessoas estão achando que foi crítica pessoal. E à luz de toda a relação que foi estabelecida entre nós, eu gostaria que você esclarecesse’", afirmou.
O Ministério da Fazenda negou que o cancelamento da reunião entre Arthur Lira e líderes da Câmara tivesse relação com a declaração de Haddad.
'Poder muito grande'
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, do programa "Reconversa", realizada na última sexta-feira, mas que foi ao ar nesta segunda, Haddad disse que a Câmara está com "poder muito grande".
"O fato é que estamos conseguindo encontrar caminho. Não está fácil, não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida", havia dito Haddad.
Haddad reconheceu que há atritos entre o Executivo e a Câmara dos Deputados. Ele elogiou a articulação como as lideranças da Casa, mas diz que a negociação não está sendo ‘fácil’.
Rotativo do cartão de crédito
Sobre a articulação do governo para tentar diminuir os juros do rotativo do cartão de crédito, Haddad disse que havia um prazo de 90 dias para o amadurecimento da proposta.
"Essa mesa de negociação tem prazo para terminar. Nós estamos levando ao Congresso Nacional, sobretudo à Câmara que está debruçada sobre essa matéria, um compromisso feito pelo setor privado, pelos bancos privados e também públicos".