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Há pouco interesse em investigar vazamentos, diz Odebrecht

A Odebrecht encaminhou ao STF requerimento no qual reclama do "pouco interesse" em investigação de vazamentos da Operação Lava Jato

Placa da Odebrecht: advogados reclamam do "pouco interesse" com que as autoridades do Paraná têm tratado o vazamento das informações da operação (jbdodane/Flickr/Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 20h46.

Brasília - A Odebrecht encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um dos requerimentos dirigidos ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a Operação Lava Jato .

Ao remeter cópia da peça ao tribunal, os advogados da empreiteira reclamam do "pouco interesse" com que as autoridades do Paraná têm tratado o vazamento das informações da operação.

A defesa da empresa encaminhou a representação ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. A intenção, escrevem os advogados, é deixar "clara a finalidade do encontro (com Cardozo) e também o pouco interesse com que as sempre rigorosas autoridades curitibanas conduzem a apuração dos vazamentos criminosos que têm marcado a Operação Lava Jato".

A reunião de advogados da empreiteira com Cardozo aconteceu no último dia 5 e a representação para que sejam adotadas as providências para apurar os vazamentos foi formalizada no dia seguinte.

Na representação feita a Cardozo, a Odebrecht aponta que pediu ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, providências sobre o vazamento de informações de caráter sigiloso em setembro do ano passado. Mesmo após início de apuração sobre o vazamento, novas informações sigilosas foram divulgadas.

"Com efeito, transcorridos quase cinco meses desde a instauração do inquérito, a única diligência até hoje empreendida foi a oitiva dos jornalistas subscritores das matérias que veicularam as informações vazadas", reclamam os advogados.

Como os jornalistas não revelaram a origem das informações, em respeito ao direito de preservar o sigilo da fonte, a apuração sobre os vazamentos foi encerrada, segundo os advogados.

"Tratar fatos graves de forma absolutamente protocolar - quase desinteressada - é exatamente o que açula o ânimo dos vulneradores de sigilo processual e faz proliferar os vazamentos que há tempos pautam os casos criminais em nosso país", escreve a defesa da Odebrecht.

A empresa pede a Cardozo que o Ministério tome as providências necessárias para "tornar efetiva a investigação" sobre o vazamento. Cooperação internacional. Além do documento encaminhado ao STF, os advogados da construtora apresentaram uma segunda representação ao Ministério da Justiça pedido esclarecimentos sobre a cooperação internacional entre Brasil e Suíça no âmbito das investigações da Lava Jato.

Esse segundo pedido, contudo, não foi encaminhado ao Supremo. A PGR prevê entregar esclarecimentos até o início da próxima semana e diz que a colaboração entre os países se deu dentro da legalidade do acordo de cooperação entre as nações.

A Odebrecht foi citada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou ter recebido US$ 31,5 milhões da construtora em depósitos em sua conta na Suíça que foram feitos num intervalo de dois a três meses entre 2008 e 2013.

São Paulo – A empreiteira OAS deu preferência para o PT em suas doações para a campanha eleitoral de 2014. Já a Queiroz Galvão investiu mais no PMDB. A Galvão Engenharia, por sua vez, deu mais dinheiro para PSB e PP.   Os dados são de levantamento feito por EXAME.com, a partir da prestação de contas divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições de 2014 , os partidos políticos receberam nada menos que R$ 264 milhões em doações das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato , que apura esquema de corrupção envolvendo a Petrobras . A Operação Lava Jato investiga nove empreiteiras: Engevix, OAS, Queiroz Galvão, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Iesa. Destas, sete fizeram doações para a campanha de 2014. Mendes Júnior e Iesa não doaram. Para ver quanto cada empreiteira doou para cada partido, clique na seta à direita na foto acima.
  • 2. OAS - R$ 80.126.630,00

    2 /8(REUTERS/Aly Song)

  • Veja também

    PartidoValor doado pela OAS
    PTR$ 33.226.000,00
    PMDBR$ 15.360.000,00
    PSDBR$ 12.000.000,00
    PSBR$ 4.750.000,00
    PPR$ 3.650.000,00
    DEMR$ 3.050.000,00
    PRR$ 3.050.000,00
    PSDR$ 2.150.000,00
    PTBR$ 700.630,00
    PC do BR$ 600.000,00
    PVR$ 600.000,00
    PTNR$ 590.000,00
    PDTR$ 400.000,00
    TotalR$ 80.126.630,00
  • 3. Queiroz Galvão - R$ 55.843.921,00

    3 /8(Divulgação)

  • PartidoValor doado pela Queiroz Galvão
    PMDBR$ 15.830.000,00
    PTR$ 15.100.000,00
    PSBR$ 3.995.000,00
    PSDBR$ 3.730.000,00
    PSDR$ 3.539.081,00
    PDTR$ 3.050.000,00
    PPR$ 2.900.000,00
    DEMR$ 2.750.000,00
    PRR$ 2.000.000,00
    PTBR$ 1.260.000,00
    PSCR$ 600.000,00
    PROSR$ 400.000,00
    SDR$ 400.000,00
    PPSR$ 200.000,00
    PRBR$ 80.000,00
    PRPR$ 6.000,00
    PSLR$ 3.840,00
    TotalR$ 55.843.921,00
  • 4. UTC - R$ 52.831.521,08

    4 /8(foto/Divulgação)

    PartidoValor doado pela UTC
    PTR$ 21.625.000,00
    PSDBR$ 9.080.000,00
    DEMR$ 4.765.000,00
    PMDBR$ 3.900.000,00
    PC do BR$ 3.040.015,08
    PRR$ 2.550.000,00
    PDTR$ 1.600.000,00
    PRTBR$ 1.453.000,00
    SDR$ 1.400.000,00
    PPR$ 875.000,00
    PSBR$ 750.000,00
    PSDR$ 700.000,00
    PMNR$ 602.050,00
    PPSR$ 150.000,00
    PRBR$ 125.000,00
    PSCR$ 100.455,00
    PENR$ 50.000,00
    PVR$ 50.000,00
    PTBR$ 15.000,00
    PT do BR$ 1.001,00
    TotalR$ 52.831.521,08
  • 5. Odebrecht - R$ 48.278.100,00

    5 /8(jbdodane/Flickr/Creative Commons)

    PartidoValor doado pela Odebrecht
    PMDBR$ 15.290.000,00
    PTR$ 9.495.000,00
    PSDBR$ 9.090.000,00
    DEMR$ 4.440.000,00
    PSBR$ 3.210.000,00
    SDR$ 1.330.000,00
    PTBR$ 703.100,00
    PPR$ 690.000,00
    PSDR$ 630.000,00
    PRBR$ 600.000,00
    PSCR$ 530.000,00
    PPSR$ 400.000,00
    PRR$ 370.000,00
    PROSR$ 300.000,00
    PVR$ 290.000,00
    PC do BR$ 230.000,00
    PT do BR$ 220.000,00
    PDTR$ 200.000,00
    PTNR$ 100.000,00
    PHSR$ 60.000,00
    PTCR$ 50.000,00
    PRPR$ 30.000,00
    PSLR$ 20.000,00
    TotalR$ 48.278.100,00
  • 6. Galvão Engenharia - R$ 15.882.300,00

    6 /8(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    PartidoValor doado pela Galvão Engenharia
    PSBR$ 4.450.000,00
    PPR$ 4.080.000,00
    PTR$ 2.800.000,00
    PMDBR$ 1.140.000,00
    PENR$ 1.050.300,00
    PROSR$ 640.000,00
    PT do BR$ 402.000,00
    PTBR$ 250.000,00
    PSDR$ 200.000,00
    PC do BR$ 170.000,00
    PSLR$ 150.000,00
    PRR$ 50.000,00
    PSDBR$ 500.000,00
    TotalR$ 15.882.300,00
  • 7. Engevix - R$ 7.925.000,00

    7 /8(Divulgação/ Engevix)

    PartidoValor doado pela Engevix
    PTR$ 5.825.000,00
    PSDBR$ 260.000,00
    PSBR$ 240.000,00
    PDTR$ 225.000,00
    PSLR$ 200.000,00
    PTCR$ 200.000,00
    PVR$ 200.000,00
    PPR$ 160.000,00
    PTBR$ 150.000,00
    PROSR$ 50.000,00
    PSDR$ 50.000,00
    PMDBR$ 40.000,00
    PPLR$ 25.000,00
    PRR$ 300.000,00
    TotalR$ 7.925.000,00
  • 8. Camargo Corrêa - R$ 3.500.000,00

    8 /8(Germano Lüders/EXAME)

    PartidoValor doado pela Camargo Corrêa
    PTR$ 2.000.000,00
    DEMR$ 1.500.000,00
    TotalR$ 3.500.000,00
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