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Gutierrez nega irregularidade em contrato com Petrobras

A construtora afirmou que "todos os contratos da empresa com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação"

A Andrade Gutierrez é a única das grandes construtoras que não teve executivo preso ou escritório vasculhado pela PF (foto/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 09h17.

Rio - A Andrade Gutierrez negou que haja qualquer irregularidade no contrato de construção do Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD) e de modernização e ampliação do Centro de Pesquisa da Petrobras, o Cenpes, como denunciou hoje o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

Em nota oficial, a construtora afirmou que "todos os contratos da empresa com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação".

A Andrade Gutierrez é a única das grandes construtoras que não teve executivo preso ou escritório vasculhado pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, que investiga supostos casos de corrupção na Petrobras.

Assim como a construtora, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, também citado na ação, negou qualquer irregularidade e alegou que "todos os contratos da diretoria de Serviços passaram pela aprovação do departamento jurídico da Petrobras e seguiram os trâmites processuais adotados pela companhia".

Mais uma vez, Duque disse estar à disposição de todos os órgãos envolvidos nas investigações da petroleira.

Também mencionado na ação, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não irá se pronunciar sobre a denúncia do MPRJ, porque ainda não foi notificado oficialmente da ação.

Posição semelhante teve a Petrobras, que, em comunicado, afirmou que "ainda não foi notificada da ação, por isso não vai se pronunciar". Os demais citados na ação não foram encontrados pela equipe de reportagem para se posicionarem diante das denúncias do MPRJ.

Ao todo, foram denunciados oito funcionários da Petrobras. Além de Gabrielli e Duque, também Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços e Engenharia, que aceitou devolver recursos desviados da empresa.

São Paulo - Depois de 16 meses de investigações, 36 pessoas que estavam na mira da Operação Lava Jato foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. Este, contudo, seria apenas o começo, de acordo com Rodrigo Janot, procurador-geral da República e chefe do MPF. Ao todo, 23 pessoas ligadas às empresas Camargo Corrêa , Engevix, Galvão Engenharia , Mendes Júnior , OAS e UTC também foram denunciadas pela Procuradoria. O MPF estima que 286 milhões de reais tenham sido movimentados no esquema e espera um ressarcimento mínimo de 971,5 milhões de reais.

Se o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, acatar a denúncia, os 35 envolvidos serão julgados por crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime de corrupção. Segundo o relatório divulgado pela Procuradoria, as penas podem chegar a 127 anos de detenção, caso o réu seja considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, 3 atos de corrupção e 3 atos de lavagem de dinheiro. A Mendes Júnior, por exemplo, teria acumulado 53 atos de corrupção. Veja a lista de penas possíveis para cada crime:
CrimePena mínimaPena Máxima
Organização criminosa4 anos e 4 meses13 anos e 4 meses
Corrupção2 anos e 8 meses21 anos e 4 meses
Lavagem de dinheiro4 anos16 anos e 8 meses
Veja a lista dos 35 denunciados no esquema de corrupção da Petrobras.
  • 2. Mendes Junior + GFD

    2 /7(Divulgação)

  • Veja também

    Mendes Junior + GFD
    Denunciados16
    Corrupção da empresa (R$)71.602.688,48
    Ressarcimento buscado (R$)214.808.065,45
    Valor envolvido na lavagem (R$)8.028.000,00
    Número de atos de corrupção e lavagem53 corrupções e 11 lavagens + 30 lavagens
  • 3. Camargo Corrêa + UTC

    3 /7(Divulgação)

  • Camargo Corrêa + UTC
    Denunciados10
    Corrupção da empresa (R$)86.457.578,91
    Ressarcimento buscado (R$)343.033.978,68
    Valor envolvido na lavagem (R$)36.876.887,75
    Número de atos de corrupção e lavagem11 corrupções e 7 lavagens
    Veja o posicionamento da Camargo Corrêa e da UTC “A Construtora Camargo Corrêa esclarece que pela primeira vez seus executivos terão a oportunidade de conhecer todos os elementos do referido processo e apresentar sua defesa com a expectativa de um julgamento justo e equilibrado.”
    "Os advogados da UTC não tiveram acesso à denúncia e só se manifestarão depois de analisá-la."
  • 4. Engevix

    4 /7(Divulgação/ Engevix)

    Engevix
    Denunciados9
    Corrupção da empresa (R$)52.977.089,89
    Ressarcimento buscado (R$)158.931.269,69
    Valor envolvido na lavagem (R$)13.432.500,00
    Número de atos de corrupção e lavagem33 corrupções e 31 lavagens
    Veja o posicionamento da Engevix: "A Engevix, por meio dos seus advogados, prestará os esclarecimentos necessários à justiça."
  • 5. Galvão Engenharia

    5 /7(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Galvão Engenharia
    Denunciados7
    Corrupção da empresa (R$)46.063.344,24
    Ressarcimento buscado (R$)256.546.958,55
    Valor envolvido na lavagem (R$)5.512,430,00
    Número de atos de corrupção e lavagem37 corrupções e 12 lavagens
  • 6. OAS

    6 /7(REUTERS/Aly Song)

    OAS
    Denunciados9
    Corrupção da empresa (R$)29.321.227,22
    Ressarcimento buscado (R$)213.039.145,36
    Valor envolvido na lavagem (R$)10.300.038,93
    Número de atos de corrupção e lavagem20 corrupções e 14 lavagens
  • 7. Veja outras matérias sobre a corrupção na Petrobras

    7 /7(Vanderlei Almeida/AFP)

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