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Guilherme Boulos, do MTST, é liberado da prisão

Boulos foi detido na manhã de hoje sob a acusação de desobediência civil e incitação à violência

Guilherme Boulos (Facebook/Reprodução)

Guilherme Boulos (Facebook/Reprodução)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 19h44.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h07.

São Paulo - O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi liberado da delegacia onde estava detido às 19h30 desta terça-feira, 17. Boulos foi detido pela Polícia Militar de manhã, após reintegração de posse em um terreno particular na Rua André de Almeida, em São Mateus, na zona leste de São Paulo.

Boulos e o morador da ocupação José Ferreira Lima, que também havia sido detido, assinaram um termo circunstanciado no 49º Distrito Policial (São Mateus). "Segundo a PM, a dupla foi detida acusada de participar de ataques com rojão contra a PM, incitação à violência e desobediência", declarou a SSP.

De acordo com o MTST, ao menos 700 famílias moravam no local, conhecido como Ocupação Colonial em São Mateus. Imagens da Rede Globo mostram que a Polícia Militar usou bombas de gás para avançar sobre os sem-teto. A Secretaria da Segurança Pública (SSP), em nota, afirmou que "após tentativa de negociação dos oficiais com as famílias, não houve acordo".

O governo disse ainda que os moradores tentaram resistir "hostilizando os PMs, arremessando pedras, tijolos e rojões". "O grupo ainda montou três barricadas com fogo."

A pasta confirmou o uso de bombas de efeito moral, spray de pimenta e jato d'água pela Tropa de Choque. Segundo a SSP, um policial militar ficou ferido de leve por uma bomba caseira e duas viaturas do Choque foram danificada.

 

Reitegração de posse de terreno em São Mateus, zona leste.(Rovena Rosa/Agência Brasil)

Reitegração de posse de terreno em São Mateus, zona leste.(Rovena Rosa/Agência Brasil) (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Boulos disse que sua prisão foi "evidentemente política". Na delegacia para onde foi encaminhado, Boulos conversou com a imprensa enquanto aguardava ser chamado. "Não há nenhum motivo razoável. Eu fui lá negociar para evitar que houvesse a reintegração. Foi uma prisão evidentemente política", afirmou o líder do movimento.

"Alegaram incitação à violência e descumprimento de ordem judicial, que é descabido. Fui negociar com o oficial de Justiça. Ele estava presente para oficiar que o Ministério Público havia pedido a suspensão da reintegração ontem (segunda-feira, 16) e o juiz ainda não tinha julgado. E (fui falar) que seria razoável eles esperarem o resultado antes de reintegrar as pessoas. Foi o que eu disse para eles", disse Boulos. "Se isso é incitação à violência, então eu incuti a violência."

Boulos disse ainda que o policial que o deteve teria mencionado outras manifestações do MTST ao ser questionado sobre o motivo da prisão, "especialmente" o conflito que aconteceu em um ato na frente da casa do presidente Michel Temer, no ano passado.

"O capitão da Tropa de Choque, quando me deteve, e perguntei a ele o motivo, ele disse incitação à violência, outros crimes e se referiu a outras manifestações do movimento, em especial uma que ocorreu em frente à casa do Michel Temer em que ele também comandava a Tropa de Choque, na ocasião em que houve um conflito com o MTST. Isso é mais uma manifestação clara, na nossa opinião, de que essa prisão é política".

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