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Greve dos Correios: sindicatos aprovam proposta da estatal e paralisação de 16 dias é encerrada

Os sindicatos associados determinaram a volta ao trabalho nesta sexta-feira, 23, e compensação dos dias de paralisação até que o fluxo das encomendas acumuladas sejam finalizadas

(Eduardo Frazão/Exame)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 09h04.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 09h06.

A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) aprovou na tarde de quinta-feira, 22, a proposta dos Correios e determinou o fim da greve dos trabalhadores, que durou 16 dias.

Segundo informação da assessoria da federação, os sindicatos associados determinaram a volta ao trabalho nesta sexta-feira, 23, e a compensação dos dias de paralisação até que o fluxo das encomendas acumuladas seja normalizado. A categoria afirma que seguirá mobilizada para acompanhar a promessa da estatal em relação ao plano de saúde dos servidores.

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Na quarta-feira, em reunião de mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a FINDECT afirmou que conseguiu que parte de suas demandas fossem atendidas. Porém, o reajuste salarial para 2024, que era uma das principais reivindicações da categoria, não foi contemplado pela empresa.

A proposta do TST é que a greve seja encerrada sem descontos nos salários, com compensação dos dias parados até a normalização da carga postal acumulada. A federação indica que as assembleias devem decidir sobre a proposta hoje e definir o retorno ao trabalho no dia 23 de agosto.

Na reunião, a estatal concordou em reduzir o prazo para a apresentação do relatório final sobre o plano de saúde, de 90 para 60 dias, antecipar R$ 1.000,00, referente ao tíquete Peru de dezembro, para a folha de pagamento de setembro de 2024, com o saldo restante de R$ 1.500,00 a ser pago até o quinto dia útil de janeiro de 2025. O encontro também garantiu o compromisso da empresa em relação às contratações via concurso público. Conforme estabelecido na redação da cláusula alterada durante a reunião no TST, as contratações deverão ocorrer em dezembro de 2024.

Além disso, foram feitos ajustes na cláusula de gratificação de férias. Embora os Correios tenham mantido a exclusão dos novos empregados do pagamento dessa gratificação, a redação da cláusula agora inclui que o cálculo incidirá também sobre abonos e assegura que não haverá prejuízos nas ações judiciais em andamento movidas pelos sindicatos, que reivindicam o pagamento retroativo dessa gratificação.

Qual foi a proposta dos Correios para os trabalhadores

Os Correios ofereceram um reajuste linear de R$ 260 (que garante um aumento de até 7,65% para 55 mil empregados), Vale Peru de R$ 2.500, aumento de 20% na função dos empregados que possuem a função "motorizada" — ou seja, motociclistas e motoristas — e aumento de 4,11% nos benefícios a partir de agosto de 2024.

Sobre o plano de saúde, a empresa propôs um processo de alteração do regulamento para redução da coparticipação de 30% para 15%, com previsão de implementação no próximo mês, após a realização dos ajustes necessários para adequação às normas vigentes.

Além do FINDECT, que representa os sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru, Tocantins e Maranhão, o FENTECT, que responde por 31 associações estaduais, já oficializou a aprovação da proposta final apresentada pela estatal. A expectativa é que a empresa formalize à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais sobre o tema, conforme previsto na legislação atual, para prosseguir com a assinatura do acordo.

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