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Greve da polícia no Rio de Janeiro e na Bahia ameaça Carnaval

No entanto, as autoridades garantem que, se for necessário, o Exército patrulhará as duas cidades durante a festa

O protesto no Rio se soma ao iniciado há dez dias pela Polícia Militar da Bahia, que provocou uma onda de violência com um registro de mais de 120 mortos (Marcello Casal Jr/ABr)

O protesto no Rio se soma ao iniciado há dez dias pela Polícia Militar da Bahia, que provocou uma onda de violência com um registro de mais de 120 mortos (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 12h29.

Rio de Janeiro - A greve de policiais e bombeiros do Rio de Janeiro decretada nesta sexta-feira soma-se à de seus companheiros da Bahia e ameaça o Carnaval, mas as autoridades garantem que, se for necessário, o Exército patrulhará as duas cidades, onde milhares de turistas são esperados.

Centenas de policiais civis, policiais militares (PM) e bombeiros do Rio votaram a favor da greve levantando as mãos na noite de quinta-feira, em uma assembleia pública realizada na Cinelândia a uma semana do início do Carnaval, uma das maiores festas do mundo.

Apesar disso, a situação nas ruas do Rio era de normalidade nesta sexta-feira, e o Comando da PM do Rio afirmou que todas as suas unidades estão trabalhando.

"O Comando da Polícia Militar informa que todas as suas unidades estão em pleno funcionamento, contando inclusive com o apoio de policiais do Batalhão de Operações Especiais e do Batalhão de Choque nas patrulhas", indicou o comando da Polícia Militar em um comunicado.

"Não há paralisação de nenhum tipo de serviço para o cidadão. A Polícia Militar reitera seu compromisso com a segurança da população do Rio de Janeiro", acrescentou a nota.

O coronel da PM Frederico Caldas disse à rádio CBN que "foram emitidos 11 mandatos de prisão para os principais líderes do movimento" de protesto no Rio.

"Haverá uma resposta dura (...) para os policiais que cruzarem os braços. É inaceitável que rompamos o juramento que fizemos de proteger a sociedade", disse Caldas.

"Um grupo de policiais anunciou uma greve, mas não são todos (...) O Carnaval será realizado normalmente, e por enquanto não há necessidade de reforços das Forças Armadas", disse à AFP uma porta-voz da PM do Rio que quis se identificar apenas como "a soldado Carini".


Caso a greve se estenda, as autoridades preveem a chegada ao Rio de 14 mil soldados e agentes da Força Nacional de Segurança para garantir a tranquilidade do Carnaval, que começa no dia 17 de fevereiro.

O Corpo de Bombeiros do Rio também indicou que está funcionando normalmente.

"Neste ano, pela primeira vez na história do Brasil, talvez sejamos privados do Carnaval, aqui em nossa cidade, este Carnaval que é conhecido no mundo inteiro, e que é uma marca para nossa cidade", havia advertido o bombeiro Reginaldo Adin à AFP na madrugada desta sexta-feira, após participar da assembleia que votou a greve.

A partir de sexta-feira "não haverá polícia civil, (nem) polícia militar nas ruas, estaremos todos aquartelados, e sairemos apenas para eventos que envolvam risco de vida", indicou o bombeiro Laércio Soares.

"População: estamos com vocês. Fiquem tranquilos. Apenas pedimos que não saiam às ruas, não levem seus filhos à escola, e o comércio não deve abrir neste momento. É muito importante resguardar a vida", havia afirmado o policial militar Thiago Rodrigues dos Reis.

Os salários da polícia do Rio estão entre os mais baixos do país, e rondam os 1.200 reais iniciais.

Os grevistas estão insatisfeitos com o aumento progressivo de 39% dos salários aprovado na quinta-feira à tarde na Assembleia Legislativa, e exigem um piso salarial de 3.500 reais, além de 700 reais em vales transporte e alimentação.

Os policiais e bombeiros do Rio também protestam contra a prisão na quinta-feira de um líder sindical dos bombeiros, Benevenuto Daciolo, acusado pela justiça de promover um motim e ameaçar o Carnaval.

O protesto no Rio se soma ao iniciado há dez dias pela Polícia Militar da Bahia, que provocou uma onda de violência com um registro de mais de 120 mortos, mais do que o dobro da média normal, sobretudo na capital do estado, Salvador.

O número de mortes violentas caiu na Bahia após a chegada de 3.500 soldados e policiais de elite que garantem a segurança do estado.

Mais de 200 policiais militares amotinados na Assembleia Legislativa da Bahia desocuparam o edifício pacificamente na quinta-feira e quatro dos 12 líderes grevistas foram presos, mas o protesto continua.

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