Exame Logo

Greve da PM dá prejuízo no turismo pré-Carnaval

A dez dias do início da festa, greve começa a ter impacto negativo na época mais lucrativa para o turismo da cidade

Greve da PM em Salvador (Agência Brasil/Marcello Casal Jr)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 18h39.

São Paulo - A paralisação da Polícia Militar da Bahia começava a tirar parte do brilho das tradicionais festas pré-Carnaval de Salvador e, a dez dias do início da festa, já tinha impacto negativo na época mais lucrativa para o turismo da cidade.

Desde o início da greve, em 31 de janeiro, foram registrados 130 homicídios no Estado e a paralisação, que chegou ao nono dia nesta quarta-feira, elevou os índices de roubos, assaltos e homicídios da Bahia, Estado que tem uma das maiores taxas de criminalidade do país.

Com o Carnaval de rua de Salvador, um dos maiores do mundo, a cidade tinha a expectativa de atrair 2 milhões de foliões neste ano, 500 mil deles estrangeiros, segundo a empresa municipal de turismo. A festa gera cerca de 210 mil empregos.

"Ôôô, o Carnaval acabou", gritaram em coro policiais grevistas do lado de fora da Assembleia Legislativa, em Salvador, onde cerca de 300 policiais militares estão acampados desde o início da greve na terça-feira da semana passada.

Próximos ao cerco que tropas federais impõem à Assembleia, os manifestantes entoaram um coro que expressa um sentimento que o setor de turismo tenta evitar diante do aumento das tensões.

Atrações pré-Carnaval, que teriam a participação de estrelas disputadas como Ivete Sangalo e Claudia Leitte, foram canceladas devido à greve, e operadores de turismo já contabilizam desistências devido à paralisação.


"O impacto já houve, está acontecendo e é grande. Turismo é muito sensível e vai haver uma diminuição das vendas", disse o presidente da seção baiana da Associação Brasileira das Agências de Viagens, Pedro Galvão. "A imagem da Bahia já foi afetada, arranhada pela greve."

Cerca de 10 por cento do total dos pacotes fechados foram cancelados desde o início da paralisação, segundo Galvão, que previu desistências maiores caso o movimento não seja encerrado esta semana.

Os hotéis de Salvador negam haver uma desistência em série de foliões, mas relatam preocupação dos turistas, sobretudo dos estrangeiros.

"Os turistas estrangeiros estão ligando para saber. Quem não comprou ainda está aguardando o desfecho, ainda tem uma semana que será crucial", disse o gerente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis na Bahia, Luis Blanc.

Mais de 3 mil homens das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Força Nacional de segurança Pública foram enviados às ruas da Bahia para manter a ordem durante a greve, que é apoiada por cerca de 20 por cento dos 31 mil policiais militares, segundo estimativas da PM baiana.

Os policiais grevistas pedem reajuste salarial e incremento nas gratificações. O governo Jacques Wagner (PT) ofereceu reajuste de 6,5 por cento retroativo a 1o de janeiro e aumento escalonado nas gratificações.

O maior impasse para um acordo, no entanto, é a reivindicação de que sejam revogados 12 mandados de prisão emitidos contra líderes da paralisação e para que os participantes da greve sejam anistiados. O governo baiano rejeita os dois pedidos.

Sem um acordo entre grevistas e governo, a situação voltou a ficar tensa em frente à Assembleia Legislativa na manhã desta quarta. Mil soldados do Exército que cercam o prédio desde segunda-feira fecharam todos os acessos, impedindo a entrada de pessoas e mantimentos.

Cartões-postais da cidade, como o Pelourinho e o Farol da Barra, estão sendo patrulhados pelos homens do Exército, mas em outras ruas menos disputadas da cidade, poucos deles eram vistos.

Salvador receberá jogos da Copa do Mundo de 2014 e pode sediar partidas da Copa das Confederações, que será disputada em junho do ano que vem.

Veja também

São Paulo - A paralisação da Polícia Militar da Bahia começava a tirar parte do brilho das tradicionais festas pré-Carnaval de Salvador e, a dez dias do início da festa, já tinha impacto negativo na época mais lucrativa para o turismo da cidade.

Desde o início da greve, em 31 de janeiro, foram registrados 130 homicídios no Estado e a paralisação, que chegou ao nono dia nesta quarta-feira, elevou os índices de roubos, assaltos e homicídios da Bahia, Estado que tem uma das maiores taxas de criminalidade do país.

Com o Carnaval de rua de Salvador, um dos maiores do mundo, a cidade tinha a expectativa de atrair 2 milhões de foliões neste ano, 500 mil deles estrangeiros, segundo a empresa municipal de turismo. A festa gera cerca de 210 mil empregos.

"Ôôô, o Carnaval acabou", gritaram em coro policiais grevistas do lado de fora da Assembleia Legislativa, em Salvador, onde cerca de 300 policiais militares estão acampados desde o início da greve na terça-feira da semana passada.

Próximos ao cerco que tropas federais impõem à Assembleia, os manifestantes entoaram um coro que expressa um sentimento que o setor de turismo tenta evitar diante do aumento das tensões.

Atrações pré-Carnaval, que teriam a participação de estrelas disputadas como Ivete Sangalo e Claudia Leitte, foram canceladas devido à greve, e operadores de turismo já contabilizam desistências devido à paralisação.


"O impacto já houve, está acontecendo e é grande. Turismo é muito sensível e vai haver uma diminuição das vendas", disse o presidente da seção baiana da Associação Brasileira das Agências de Viagens, Pedro Galvão. "A imagem da Bahia já foi afetada, arranhada pela greve."

Cerca de 10 por cento do total dos pacotes fechados foram cancelados desde o início da paralisação, segundo Galvão, que previu desistências maiores caso o movimento não seja encerrado esta semana.

Os hotéis de Salvador negam haver uma desistência em série de foliões, mas relatam preocupação dos turistas, sobretudo dos estrangeiros.

"Os turistas estrangeiros estão ligando para saber. Quem não comprou ainda está aguardando o desfecho, ainda tem uma semana que será crucial", disse o gerente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis na Bahia, Luis Blanc.

Mais de 3 mil homens das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Força Nacional de segurança Pública foram enviados às ruas da Bahia para manter a ordem durante a greve, que é apoiada por cerca de 20 por cento dos 31 mil policiais militares, segundo estimativas da PM baiana.

Os policiais grevistas pedem reajuste salarial e incremento nas gratificações. O governo Jacques Wagner (PT) ofereceu reajuste de 6,5 por cento retroativo a 1o de janeiro e aumento escalonado nas gratificações.

O maior impasse para um acordo, no entanto, é a reivindicação de que sejam revogados 12 mandados de prisão emitidos contra líderes da paralisação e para que os participantes da greve sejam anistiados. O governo baiano rejeita os dois pedidos.

Sem um acordo entre grevistas e governo, a situação voltou a ficar tensa em frente à Assembleia Legislativa na manhã desta quarta. Mil soldados do Exército que cercam o prédio desde segunda-feira fecharam todos os acessos, impedindo a entrada de pessoas e mantimentos.

Cartões-postais da cidade, como o Pelourinho e o Farol da Barra, estão sendo patrulhados pelos homens do Exército, mas em outras ruas menos disputadas da cidade, poucos deles eram vistos.

Salvador receberá jogos da Copa do Mundo de 2014 e pode sediar partidas da Copa das Confederações, que será disputada em junho do ano que vem.

Acompanhe tudo sobre:BahiaGrevesPolícia MilitarTurismoViolência urbana

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame