Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio de Janeiro (J.P. Engelbrecht/PMRJ/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2014 às 20h24.
Rio de Janeiro - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), descartou nesta terça-feira a possibilidade de investigar a relação entre a prefeitura e a empresa High Level Signs.
A companhia teve uma gráfica fechada pela Justiça Federal na semana passada por suspeita de fraude na impressão de material de campanha de candidatos.
Em sua maioria, eles são da coligação que governa o Estado. Paes explicou que a High Level não recebeu dinheiro do município. Logo não haveria o que investigar.
"O que está se fazendo é um monte de ilações absurdas", declarou o prefeito na reinauguração da Sociedade Dramática Particular Filhos de Talma, na Saúde, na zona portuária da capital fluminense.
"Indícios de desvio de recurso público? Não tem um tostão da prefeitura ali. Mesmo que tivesse, não se podia fazer esse tipo de ilação."
Para ele, não haveria problema se tivesse havido pagamentos do Rio à empresa, que "é uma das maiores gráficas do Rio".
Entre os candidatos cujo material foi apreendido por fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), estão o governador Luiz Fernando Pezão, correligionário de Paes, e o ex-secretário Pedro Paulo.
Este é um ex-auxiliar de confiança do prefeito, que concorre a deputado federal pelo PMDB.
O motivo das suspeitas da Justiça Eleitoral seria a impressão, na gráfica que rodava panfletos da campanha eleitoral, de material para o Estado e a prefeitura.
Fiscais do TRE, chefiados pela juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, coordenadora da fiscalização da propaganda eleitoral, também teriam constatado que o gráfica imprimia mais material do que o declarado, o que é ilegal.
Haveria sinais de fraude na prestação de contas, crime fiscal, abuso de poder econômico e político e propaganda irregular, segundo a magistrada.
Paes pediu "muita calma nessa hora" e repetiu que a prefeitura não fez pagamentos à High Level. Em seu site, porém, a High Level lista a prefeitura do Rio em seu portfólio de clientes.
A empresa teria prestado serviços à estatal municipal Riotur, mas indiretamente, por meio de um fornecedor direto do município.
Tanto Pezão como Pedro Paulo, que foi secretário da Casa Civil de Paes, negaram envolvimento em irregularidades.