Aeroporto Santos Dumont: o modelo de venda ainda está sendo estudado e analisado pelas equipes das pastas (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 31 de julho de 2017 às 13h57.
Rio de Janeiro - O governo federal espera arrecadar no ano que vem de 1,5 bilhão a 2 bilhões de reais, pelo menos, com o leilão do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, sendo que esse valor poderá ser maior caso o vencedor do certame não seja obrigado a ficar com terminais deficitários da Infraero na Região Sudeste, disse uma fonte do governo.
A decisão de vender o terminal carioca, um dos mais importantes do país e com movimento de cerca de 9 milhões de passageiros em 2016, foi tomada em reunião realizada na sexta-feira, entre representantes dos Ministérios dos Transportes, Casa Civil e PPI, disse a fonte.
O modelo de venda ainda está sendo estudado e analisado pelas equipes das pastas, mas a venda do Santos Dumont já foi decidida e faz parte de um processo de futura extinção estatal Infraero.
"Bateu-se o martelo (para a venda do Santos Dumont)", disse à Reuters a fonte. "Estão sendo feitas simulações para ver a venda apenas do Santos Dumont ou dele em um bloco (com outros terminais). Isso deve ficar mais claro até fim da semana", acrescentou.
"Vender só o Santos Dumont puxa a outorga para cima e poderia sair por mais (do que 2 bilhões de reais). Mas, não resolve o problema da Infraero", afirmou a fonte.
Desde o início do processo de concessão de terminais à iniciativa privada, ainda no governo do PT, a Infraero perdeu a operação de aeroportos importantes como Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) e manteve em carteira inúmeros aeroportos deficitários e localizados em cidades de menor demanda.
"A vantagem de vender o Santos Dumont em bloco é tirar da Infraero uns aeroportos deficitários que pesam nas contas da estatal, que no fim depende de dinheiro do Tesouro para se manter", disse a fonte.
Entre os aeroportos deficitários e que poderiam ser associados a uma eventual venda em bloco com Santos Dumont estão Vitória (ES), Pampulha (MG), Uberlândia (MG), Uberaba ( MG), Macaé (RJ) e Carlos Prates (MG), disse a fonte.
"O que se busca é um instrumento para agilizar uma venda em bloco", acrescentou.
Paralelamente à venda do Santos Dumont, o governo também discute o futuro de Congonhas, o aeroporto mais movimentado do Brasil.
Segundo cálculos do governo federal, o leilão de Congonhas poderia levantar a preços atuais ao menos 5 bilhões de reais, disse a fonte. A venda do terminal de São Paulo, porém, é considerada mais complexa e demorada.
"Congonhas define o futuro da Infraero. Se for para o aeroporto entrar no processo de venda tem que ir toda a Infraero incluindo participações em terminais", disse a fonte.