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Governo não tem informação de isenção temporária de tarifas dos EUA

"As informações que existem hoje é que as taxa passarão a ser aplicadas a partir de sexta-feira e as negociações começarão em breve", disse uma das fontes

Michel Temer: informação foi anunciada pelo presidente em discurso na abertura do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: informação foi anunciada pelo presidente em discurso na abertura do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de março de 2018 às 20h47.

Brasília - O governo brasileiro não tem a informação, anunciada pelo presidente Michel Temer, de que o Brasil estará isento das tarifas para aço e alumínio durante as negociações com o governo norte-americano, disseram à Reuters fontes que acompanham o assunto.

Durante discurso na abertura do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Temer anunciou que havia uma "boa notícia", a de que o Brasil seria um dos países que começariam em breve as negociações para ser isentado das sobretaxas do aço e do alumínio, e que "as novas tarifas não se aplicarão enquanto estivermos conversando sobre o tema".

De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, houve "um ruído" na comunicação.

"As informações que existem hoje é que as taxa passarão a ser aplicadas a partir de sexta-feira e as negociações começarão em breve", disse uma das fontes.

As únicas exceções para essa regra seriam Canadá e México.

No seu depoimento à comissão de orçamento, o representante de Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, realmente afirmou que o Brasil iniciará em breve as negociações.

Em seguida, acrescentou que os países sairão da lista dos sobretaxados à medida que se chegue a um acordo.

"Alguns países estão em uma posição em que as taxas não serão aplicadas durante o curso das negociações, por exemplo Canadá, México e outros", disse Lighthizer, sem mencionar o Brasil.

De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, recebeu a informação sobre a fala de Lighthizer do embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, e repassou ao presidente durante o Conselhão em um bilhete.

Em algum momento, alguém inferiu que a taxação estaria suspensa durante as negociações mas, de acordo as fontes, essa garantia não existe.

"As negociações nem iniciaram ainda. É possível que com o decorrer das negociações as taxas possam ser suspensas, mas não sabemos ainda", disse uma das fontes.

Consultada, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República reiterou, por telefone, que Temer se baseou na fala de Lighthizer e recebeu informações repassadas pelo Itamaraty. Ao tratar da não aplicação de taxas, Temer estaria falando do futuro, justificou a Secom.

A fala de Temer mexeu diretamente com as ações das empresas siderúrgicas. A CSN fechou com alta de 5,46 por cento, enquanto a Usiminas avançou 2,47 por cento e a Gerdau ganhou 1,52 por cento.

Uma porta-voz do representante do Comércio dos EUA não confirmou qualquer decisão sobre suspensão das tarifas para o Brasil.

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