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Governo ignorou 53 e-mails da Pfizer sobre vacina, afirma Randolfe

Para o vice-presidente da CPI da Covid, isso comprova omissão e é"'um dos maiores absurdos que já vimos"

Vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de junho de 2021 às 16h44.

Última atualização em 4 de junho de 2021 às 21h49.

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que 53 e-mails da Pfizer sobre a negociação de vacinas contra a Covid-19 ficaram sem resposta do governo brasileiro no ano passado, comprovando a omissão na aquisição do produto. A informação foi dada em entrevista à rádio CBN e depois reiterada no Twitter. A última mensagem não respondida, de 2 de dezembro, escreveu Randolfe, "é um e-mail desesperador da Pfizer pedindo algum tipo de informação porque eles queriam fornecer vacinas ao Brasil". Para ele, trata-se de "um dos maiores absurdos que já vimos"

— Até o dia 9 de novembro 47 e-mails. Depois do dia 9 de novembro, houve um contato do governo brasileiro com a farmacêutica. E depois dessa data, outros seis e-mails ficaram sem receber mensagem. Alguém que não responde mais de 50 e-mails de comunicação, de apelo, rogando diálogo, obviamente é porque não quer estabelecer esse diálogo. A omissão ano passado na aquisição de vacinas, não há dúvidas — disse Randolfe à CBN.

No Twitter, Randolfe também escreveu que a omissão ocorria ao mesmo tempo em que "o Itamaraty pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxicloroquina a uma empresa brasileira". De acordo com ele, que não citou o nome da empresa, "a atuação do Ministério das Relações Exteriores se assemelha, claramente, à advocacia administrativa, em outras palavras: LOBBY! É isso mesmo, o Governo Brasileiro fazendo Lobby para uma empresa. Isso é CRIME de acordo com o Artigo 321 do Código Penal!"

Randolfe também compartilhou uma mensagem do general Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo no começo de 2019 e depois rompeu com o presidente Jair Bolsonaro, com críticas à decisão do Exército de não punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político no dia 23 de maio.

Pazuello é uma general da ativa e estava ao lado de Bolsonaro num palanque. Segundo o regulamento do Exército, é vedado "manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária". Já o Estatuto das Forças Armadas diz que "são proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político".

"Confiamos e temos orgulho das nossas instituições militares. Esses sentimentos se justificam pela existência de generais como Santos Cruz, impecável em seu posicionamento em favor da democracia", escreveu Randolfe.

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