Governo dos EUA reafirma apoio a Brasil na OCDE
Posição neutra dos EUA durante reunião do Conselho de Representantes colocou no ar a dúvida sobre permanência do apoio do país
Reuters
Publicado em 8 de maio de 2019 às 20h16.
Última atualização em 9 de maio de 2019 às 10h31.
Brasília — Depois de os Estados Unidos não avançarem no apoio à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), durante reunião do Conselho de Representantes esta semana, o governo norte-americano usou o Twitter nesta quarta-feira para reafirmar o apoio à entrada do país na organização.
Em sua conta na rede social, a secretária de Estado adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, afirmou que os Estados Unidos "apoiam o Brasil a iniciar o processo de adesão para se tornar membro pleno da OCDE (@OECD)."
Breier lembrou a declaração conjunta assinada pelo presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, durante a visita a Washington, em março deste ano.
"Conforme a declaração conjunta, acolhemos do Brasil reformas econômicas, melhores práticas e uma estrutura regulatória conforme os padrões da OCDE", escreveu a secretária.
Bolsonaro retuitou o texto, que foi traduzido para o português pelo Twitter da embaixada norte-americana. Mais cedo, ao ser perguntado sobre o caso, o presidente preferiu não responder.
Na visita aos Estados Unidos, o Brasil se comprometeu a abrir mão do Tratamento Especial e Diferenciado nas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), um status que dá mais vantagens, como maior prazo, na implementação de acordos comerciais. Em troca, receberia o apoio dos EUA para se tornar membro pleno da OCDE.
Em sua fala à imprensa na Casa Branca, com Bolsonaro ao lado, Trump declarou que apoiava "os esforços brasileiros" para iniciar o processo de se tornar membro pleno da OCDE.
No entanto, na reunião do Conselho de Representantes da organização, ocorrida na terça-feira em Genebra, não avançou no tema. A expectativa era de que, na última reunião preparatória para a Conferência ministerial, que acontece em Paris no final deste mês, a discussão da adesão de novos países --não apenas o Brasil-- avançasse.
A delegação norte-americana, no entanto, disse não ter instruções para seguir adiante nas negociações para ampliação.