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Governo do Rio licita Maracanã

Pelos cálculos do governo, se for concedido no ano que vem, o estádio gerará R$ 154 milhões de superávit por ano


	Obras no Maracanã: o edital não é definitivo e será submetido a audiência pública, prevista para 8 de novembro, às 18h, no Galpão da Cidadania
 (Monitoramento/Ministério do Esporte)

Obras no Maracanã: o edital não é definitivo e será submetido a audiência pública, prevista para 8 de novembro, às 18h, no Galpão da Cidadania (Monitoramento/Ministério do Esporte)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 16h32.

Rio de Janeiro – Atrair o torcedor para um dia de lazer será um dos desafios da empresa que vencer a licitação do Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã). A minuta do edital de concessão da arena esportiva por 35 anos foi divulgada hoje (22) pelo governo do Rio e será submetida a audiência pública em novembro. Inaugurado em 1950, o Maracanã está sendo reformado para se adequar a competições internacionais. O custo da obra passa de R$ 860 milhões.

Pelos cálculos do governo, se for concedido no ano que vem, o estádio gerará R$ 154 milhões de superávit por ano, sendo R$ 43 milhões para despesas, mais R$ 7 milhões da outorga. Descontados os investimentos que devem ser feitos nos 12 primeiros anos, e estão estimados em R$ 470 milhões, a previsão, com base nos dados, é de retorno de 2,5 bilhões ao final da concessão.

De acordo com documento divulgado para a imprensa pela Casa Civil da Presidência da República, além de gerir o estádio, a empresa vencedora arcará com a administração e a manutenção da área chamada Complexo do Maracanã, para “torná-la um grande centro de entretenimento”. Devem ser abertos restaurantes, bares, lojas, estacionamentos e o Museu do Futebol, que está previsto no edital.

Segundo o secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, o objetivo é oferecer às famílias uma opção de lazer para o dia inteiro, convencendo o torcedor a trocar o conforto de uma sala de televisão pela ida ao estádio. “É preciso que haver modernidade, outro padrão de conforto e de serviço. Assim é possível convencer os torcedores, em época [que os jogos passam] de internet, TV à cabo e 3D.”

Também está prevista a reforma e administração do Maracanãzinho, uma quadra multiuso – conhecida por receber competições de vôlei – e o aumento das calçadas do entorno e dos estacionamentos, para facilitar a circulação e a dispersão dos torcedores.

Para isso, serão derrubados o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, além do antigo Museu do Índio, no entorno. As instalações esportivas devem ser reerguidas em uma área próxima, no bairro de São Cristóvão, mas ainda não há solução para as famílias indígenas que vivem no antigo museu e terão de ser removidas.


Quanto ao preço do ingresso para jogos de futebol, Fichtner explicou que é definido pelos clubes e disse que não há intenção de intervir na questão.

O secretário ressaltou que, apesar de o retorno com a outorga não cobrir os investimentos no estádio, a concessão passa para iniciativa privada novos custos. “O complexo não dá retorno suficiente para todas as obras do complexo, além do custo de operação e de adequações como a do Maracanãnzinho. A renda de jogos de futebol, pela lei, é dos clubes, não do estádio.”

As intervenções no Complexo do Maracanã devem ser feitas pelo vencedor da licitação depois da Copa das Confederações, marcada para o ano que vem. Para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016, o contrato traz a garantia de que o Complexo do Maracanã será exclusivo para os eventos. Outra exigência é quanto ao nome do Maracanã, que não pode ser mudado.

O edital não é definitivo e será submetido a audiência pública, prevista para 8 de novembro, às 18h, no Galpão da Cidadania.

Para evitar exclusividade, clubes de futebol não podem participar sozinhos da licitação, mas é aceito que entrem consorciados com empresas. O governo espera atrair também administradores de estádios internacionais. “O critério é técnica e preço”, destacou Fichtner.

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