Torcedores fazem ato a favor da democracia e contra Bolsonaro, neste domingo, (31) na Av. Paulista, SP (CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO/Estadão Conteúdo)
Reuters
Publicado em 5 de junho de 2020 às 11h06.
Última atualização em 5 de junho de 2020 às 15h32.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a chamar os manifestantes de grupos pró-democracia contrários ao governo federal de “marginais” e “terroristas”, e pediu que as forças de segurança do país atuem contra as manifestações marcadas para domingo se os grupos extrapolarem os limites.
Bolsonaro pediu que seus apoiadores, que têm realizado atos de apoio ao governo semanalmente aos domingos em Brasília, não façam movimentos nas ruas neste fim de semana, e indicou que a Força Nacional de Segurança pode ser acionada para atuar na Esplanada dos Ministérios neste domingo, dia em que devem ocorrer manifestações contra o governo.
"A gente pede que não participe, obviamente não vão participar, o lado que luta pela democracia, que quer um governo funcionando, que luta por um Brasil melhor e preza pela sua liberdade, que não compareçam às ruas nesse dia para que nós possamos, as forças de segurança, não só as estaduais, mas como a nossa federal, façam seu devido trabalho porventura esses marginais extrapolem os limites da lei", disse Bolsonaro.
Conforme a Reuters antecipou na véspera, na manhã desta sexta-feira ocorre reunião entre a Força Nacional e o Governo do Distrito Federal, responsável pela segurança na Esplanada dos Ministérios, para definir a necessidade de atuação da força federal, que faria a segurança dos prédios do governo federal.
Até este momento não há uma decisão, mas, de acordo com uma fonte, o material de uso da Força Nacional está já preparado.
Incomodado com o risco de crescimento das manifestações contra seu governo, Bolsonaro tem aumentado o tom e tentado colocar a pecha de "terroristas" e "vândalos" em manifestantes contra o seu governo. No último domingo, um protesto pela democracia organizado por torcidas de times de São Paulo ocupou a Avenida Paulista. No final, houve alguma confusão.
Bolsonaro vem tentando criminalizar esses movimentos, que devem se repetir no próximo domingo. O presidente afirmou que os contrários a seu governo são “marginais, maconheiros terroristas, que querem quebrar o Brasil em nome de uma democracia que nunca souberam o que é e nunca zelaram por ela”.
Bolsonaro fez as declarações durante a inauguração do hospital de campanha montado pelo governo federal na cidade de Águas Lindas de Goiás, no entorno de Brasília, que será usado para atender vítimas do novo coronavírus.
Em sua fala, o presidente chegou a dizer que espera um abrandamento da epidemia para que a economia volte a girar, mas não citou o novo recorde de mortes pela doença registrado na quinta-feira, que fez o Brasil ultrapassar a Itália e se tornar o terceiro país do mundo em óbitos causados pela Covid-19.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 34 mil mortos em decorrência da Covid-19, e um total de quase 615 mil casos da doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.