Governo discute proteção a consumidor de combustível, diz Minas e Energia
Ministério disse que debate, que envolveu a ANP nesta sexta (1º), busca reduzir volatilidade de preços em bombas, sem interferir nas políticas da Petrobras
Reuters
Publicado em 1 de junho de 2018 às 19h45.
Brasília - O governo iniciou nesta sexta-feira uma discussão sobre como criar um "mecanismo de proteção ao consumidor final" de combustíveis , mas de maneira que não impacte a política de preços da Petrobras e de outras empresas do setor, disse o Ministério de Minas e Energia em comunicado.
O movimento, que segundo a pasta envolveu técnicos do ministério e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), aconteceu no mesmo dia em que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, apresentou pedido de demissão do cargo.
Na carta em que apresentou a renúncia, Parente afirmou que não gostaria de ser "um empecilho" para discussões do governo referentes às políticas para os combustíveis.
"O que o Ministério de Minas e Energia colocou em debate público visa a criação para o país de uma política de amortecimento dos preços dos combustíveis ao consumidor, um mecanismo que proteja o consumidor da volatilidade dos preços dos combustíveis nas bombas. Algo fora da política de preços da Petrobras", afirmou a pasta.
A ideia do ministro Moreira Franco é estabelecer algum mecanismo que funcione como um "colchão" para amortecer impactos cambiais e oscilações do petróleo no mercado internacional.
"A discussão desse mecanismo... foi iniciada hoje... nova reunião está agendada para segunda-feira, 4 de junho, com participação de técnicos do Ministério da Fazenda", acrescentou o Ministério de Minas de Energia na nota.
Um grupo de trabalho será formado para discutir o assunto e especialistas serão convidados para ajudar a desenhar uma solução "que permita, por um lado, a continuidade da prática de preços livres ao produtor/importador e, por outro, o amortecimento dos preços ao consumidor".
A pasta ressaltou que "a política de liberdade de preços da Petrobras" e das demais empresas de petróleo "é uma política de governo" e defendeu que a estatal "teve e tem total autonomia".
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro como presidente interino da companhia. Ele irá acumular o cargo com a área financeira e de relações com investidores da empresa, que já estava sob sua responsabilidade.