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Governo avalia rejuste para servidores da PF e da Receita

O governo estuda conceder reajustes salariais a servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e auditores da Receita Federal


	Carro da Polícia Federal: negociações foram iniciadas com outras categorias
 (Sergio Moraes/ Reuters)

Carro da Polícia Federal: negociações foram iniciadas com outras categorias (Sergio Moraes/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2016 às 22h37.

Brasília - O governo federal estuda conceder reajustes salariais a servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e auditores da Receita Federal antes do provável afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, confirmaram à Reuters duas fontes do governo nesta segunda-feira.

Negociações foram iniciadas com outras categorias, mas as conversas para reajustes estão mais adiantadas com essas três e devem ser concedidos nos próximos dias, dentro da série de medidas que Dilma vem adotando no que podem ser seus últimos dias no comando do governo.

“O governo está disposto, está com muita boa vontade. Não são propostas exorbitantes. A intenção é tentar fechar esta semana”, disse uma fonte palaciana.

A presidente está com estudos de impacto no Orçamento, mas o governo não fechou ainda uma proposta definitiva para cada uma das forças.

A prioridade seria a Polícia Federal. O Palácio do Planalto quer mostrar que valoriza o trabalho dos policiais, especialmente em meio a operações que atingem diretamente o governo, como a Lava Jato e a Acrônimo.

Duas negociações estão em curso. Para os delegados da PF e com os agentes, que formam diferentes categorias, e com os auditores, o governo propõe o pagamento de um valor em reais a ser integrado ao salário e um aumento percentual significativo a partir do ano que vem. O acordo não foi fechado ainda porque os agentes, que reivindicam há seis anos uma reestruturação na carreira, reclamam que receberiam este ano um valor muito menor que os delegados, apesar de terem salários muito inferiores.

Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma que fará uma mobilização nacional esta semana para evitar esse reajuste diferenciado e que “uma luta interna está em jogo”.

“A Fenapef tem feito chegar aos ouvidos do Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que já são mais de seis anos de negociação e privilegiar os delegados agora seria indicativo de que o governo sofre da Síndrome de Estocolmo --simpatia por quem lhe impõe vexação pública”, diz a nota.

Os auditores da Receita receberam a mesma proposta dos delegados da PF. Já a Polícia Rodoviária negocia equiparação salarial com a carreira de agentes da Polícia Federal.

Na iminência de ser afastada do poder, a presidente já anunciou outros benefícios que terão impacto direto no Orçamento de 2016. Entre eles, o reajuste do programa Bolsa Família, que será em média de 9 por cento, elevando o benefício médio a 176 reais. Nesse caso, os recursos para o reajuste já estavam previstos no Orçamento, mas foram contingenciados.

No domingo, durante discurso no Dia do Trabalho, em São Paulo, a presidente, depois de falar no aumento do Bolsa Família, anunciou também o reajuste da tabela de Imposto de Renda em 5 por cento, o que deve ser enviado ao Congresso por projeto de lei nos próximos dias.

O aumento de despesas, em meio ao um quadro de recessão e profundo déficit público, recebeu críticas por parte de grupo próximo ao vice-presidente Michel Temer, que assumirá o governo a partir da semana que vem se o Senado acatar abertura de processo contra a presidente.

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