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Governo atuou por Alcolumbre e modificou cenário para Renan, diz Maranhão

Para senador que foi presidente da sessão, candidatura de Renan representava segmentos fortes da oposição e a de Davi concentrou o apoio dos governistas

Davi Alcolumbre: para Maranhão, alguns partidos também querem aderir ao governo, mas "não querem chegar de mãos vazias" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de fevereiro de 2019 às 09h59.

Brasília - O senador José Maranhão (MDB-PB) atribuiu à atuação do governo junto aos senadores a vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado neste sábado, dia 2. Para o senador, que foi o responsável por conduzir, como presidente da sessão, todo o trabalho eleitoral, alguns partidos também querem aderir ao governo, mas, de acordo com ele, "não querem chegar de mãos vazias".

"Acho que há duas semanas a candidatura de Renan Calheiros estava muito mais forte. Mas quando o governo resolveu entrar diretamente contra, modificou. O governo concentrou todo um esforço em favor de Davi", disse.

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Para Maranhão, a candidatura de Renan representava segmentos fortes da oposição e a de Davi concentrou o apoio dos governistas e de alguns senadores independentes e de oposição. Ele também creditou ao movimento dos senadores de declarar o voto em plenário, embora a votação fosse secreta, a perda de apoio para Renan.

"Por exemplo, o PSDB veio inteiro. Tinha dois votos que por conta do voto declarado, acabou não ocorrendo", disse.

Para ele, alguns partidos, como o PSDB, querem se aproximar do governo Bolsonaro, mas querem fazer isso "como sócios no poder Legislativo". "Apoiando o Davi tinha os partidários declarados e os que estão se arrumando para aderir ao governo e não queriam chegar de mãos vazias. O PSDB não quer chegar de mão vazia. Quer chegar como sócio do poder Legislativo, do Senado. Houve essa conjunção de interesses. E, como política é a arte dos possíveis, essa foi a aliança possível de formar contra Renan", disse.

Votação

Sobre o imbróglio formado no plenário quando se descobriu que havia 82 votos na urna, Maranhão afirmou que, quem eventualmente votou por duas vezes, foi desonesto.

"Quem recebia e entregava era Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e nós dois rubricávamos. Ali, naquela pressa, rubricamos. É muito fácil, ao invés de rubricar um envelope e uma cédula, rubricar duas cédulas. Foi o que aconteceu", disse.

Questionado sobre se havia olhado para quem seriam os dois votos que estavam foram de envelopes, Maranhão afirmou que não e que, mesmo que tivesse visto, não contaria para ninguém.

"Vocês me viram olhando a frente e o verso, mas eu não quis abrir porque a minha curiosidade me levava a ver de quem era o voto. E a minha opinião para maior lisura e para maior transparência era a anulação da eleição. Não bisbilhotei não", disse.

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