Senado: governo quer aprovação de medida que prorroga autorização para usar 30% das receitas da União que hoje têm destino específico (Divulgação / Site Câmara)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 09h02.
Brasília - O Palácio do Planalto aposta no retorno dos trabalhos da Comissão Especial do impeachment do Senado, após o recesso parlamentar, para atrair quórum necessário às votações no plenário das pautas consideradas prioritárias pelo presidente em exercício Michel Temer. Na Câmara, por outro lado, a preocupação é de que as ausências travem as votações.
Os parlamentares voltam às atividades no Congresso Nacional no dia 2 de agosto, quando a comissão no Senado se reúne para a leitura do parecer do relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
A expectativa é de que as sessões atraiam outros senadores, ajudando a completar o quórum necessário para votar a pauta do governo.
Entre as matérias mais importantes está a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), precisa do apoio de três quintos da Casa (49 senadores).
O projeto, aprovado na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça, está pronto para ser levado ao plenário.
A PEC prorroga para 2023 a desvinculação de 30% das receitas da União e, apesar de não aumentar a arrecadação do governo, flexibiliza a alocação dos recursos.
ICMS
Também pronto para ser votado no plenário é o projeto de fixação em 12% da alíquota de ICMS do querosene da aviação. A proposta sacrifica a arrecadação e o caixa dos Estados, mas o governo federal aposta na padronização do imposto para estimular as empresas aéreas.
Na lista, há ainda o projeto que regulamenta os jogos de azar e poderia angariar até R$ 15 bilhões por ano aos cofres públicos. A matéria, entretanto, sofre com divergências dentro da própria base do governo.
Quórum baixo
A maior preocupação do Planalto, entretanto, está na Câmara. Em ano eleitoral, agosto e setembro costumam ser meses de baixa produtividade.
O novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), revelou a intenção de realizar sessões deliberativas às segundas e terças-feiras, mas há dúvidas se a proposta vai funcionar.
O líder do governo, André Moura (PSC-SE), por exemplo, defende o modelo de duas semanas de esforço concentrado.
Moura espera aprovar na primeira quinzena de agosto o projeto de lei que desobriga a Petrobras de ser operadora exclusiva do pré-sal, a renegociação da dívida dos Estados e o projeto de lei da governança em fundos de pensão. A proposta do teto para os gatos do governo só deve chegar ao plenário em setembro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.