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Governo ainda não planeja mudanças na reforma da Previdência

De acordo com Marun, as propostas de alterações feitas até agora resolvem problemas de setores específicos, mas não mantém o foco da reforma

Marun: "não temos ainda nenhuma indicação de mudar", afirmou o presidente da comissão especial da reforma (Lucio Bernardo Junior/Agência Câmara)

Marun: "não temos ainda nenhuma indicação de mudar", afirmou o presidente da comissão especial da reforma (Lucio Bernardo Junior/Agência Câmara)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2017 às 13h40.

Brasília - O governo tenta mais uma vez unificar o discurso da base aliada em defesa da reforma da Previdência e ainda aposta em tentar manter a proposta como está, mesmo reconhecendo a resistência em alguns pontos, como aposentadoria rural, transição e tempo de contribuição, depois de uma reunião nesta terça-feira no Palácio do Planalto.

"Não temos ainda nenhuma indicação de mudar", afirmou o presidente da comissão especial da reforma, Carlos Marun (PMDB-MS). "São vários os temas polêmicos, mas não vi até agora nada que melhore a situação."

De acordo com Marun, as propostas de alterações feitas até agora resolvem problemas de setores específicos, mas não mantém o foco da reforma.

Na noite da segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, ouviram dos líderes das bancadas os pontos que mais estavam criando atrito ente os deputados.

Entre eles, os 49 anos para conseguir o teto da aposentadoria, a transição para as novas regras, e exclusão do Benefício de Prestação Continuada do reajuste pelo salário mínimo e a criação de uma contribuição e idade mínima para aposentadoria rural.

Não há indicação, no entanto, do que o governo pode aceitar mudar. Mesmo que no Planalto se admita que há certa "gordura para queimar", a indicação até agora é para que a base mantenha a defesa da reforma como está.

A avaliação dentro do governo é que as alterações não podem comprometer o tamanho da economia que a reforma prevê ou as mudanças não vão funcionar. Até agora, não se resolveu a equação entre as mudanças e o impacto financeiro que elas podem causar.

"Todo mundo sabe quais são os pontos criticados. Mas a crítica por si só não determina que esse ponto não vai passar. Os líderes têm que reunir as bancadas e ver o nível de resistência. Tem que ter uma avaliação concreta do que cada bancada pensa", disse o relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA).

Há uma cobrança do governo para que as bancadas foquem nos pontos que podem realmente dificultar a aprovação da reforma, já que hoje se ouve, mesmo dentro da base, reclamações das mais variadas.

"Temos que unificar minimamente o discurso", disse Marun.

De acordo com o presidente da comissão, o cronograma prevê mais 30 dias de trabalho --15 dias para recebimento de contribuições externas e 15 dias de trabalho interno-- e outros 15 para a votação no plenário da Casa.

"Tenho certeza que vamos conseguir aprovar. Existe o diálogo. Estamos em um momento de contrafluxo. Cada vez mais se consolida a noção de que a reforma é necessária", disse o presidente da comissão.

 

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