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Governadores concordam em ceder ao Amazonas parcela maior de vacinas

A ideia aprovada pelos governadores é que um percentual de 5% das futuras doses previstas das vacinas Coronavac e AstraZeneca seja separado para o Estado

Fila para vacinação de indígenas em Tabatinga, no Amazonas: estudo indica que variante pode ser a dominante no estado (Adriano Machado/Reuters)

Fila para vacinação de indígenas em Tabatinga, no Amazonas: estudo indica que variante pode ser a dominante no estado (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 10h35.

Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 10h36.

A crise enfrentada pelo sistema de saúde amazonense, causada pela severa segunda onda de covid-19, levou os governadores dos demais Estados a fecharem um acordo para abrir mão de doses de vacinas contra o coronavírus que iriam receber nos próximos lotes do Ministério da Saúde em prol do Amazonas, para tentar controlar o espalhamento da doença no Estado.

A ideia aprovada pelos governadores, de acordo com o coordenador de saúde do Fórum de Governadores, Wellington Dias (PI), é que um percentual de 5% das futuras doses previstas das vacinas Coronavac e AstraZeneca seja separado para o Estado, o que representaria cerca de 300 mil doses.

O Brasil deverá ter liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda nesta sexta um lote adicional de 4,8 milhões de doses da CoronaVac que estão prontas para serem distribuídas. Além disso, deve chegar no final da tarde da Índia um lote de 2 milhões de doses da AstraZeneca.

"Tivemos aprovação por parte dos governadores para que na distribuição desse novo lote de vacinas de mais de 6 milhões de doses a gente possa tirar uma fatia maior, cerca de 5%, para que a gente possa viabilizar a vacinação em Manaus e nesses municípios mais afetados, inclusive na divisa com outros Estados", disse Wellington em vídeo distribuído por sua assessoria.

O Amazonas enfrenta uma segunda onda da pandemia com aumento exponencial no número de casos, internações e mortes, o que levou a mais um colapso do sistema de saúde. Na semana passada, acabou o oxigênio dos hospitais, levando a mortes de pacientes por asfixia.

A discussão foi travada pelo grupo de governadores no WhatsApp na noite de quinta-feira e teve apoio unânime, segundo Dias.

"Amigo Wellington e demais governadores, nossa situação é de fato muito preocupante e logo irá atingir outros Estados. Agradeço o apoio nesse sentido", escreveu aos colegas o governador do Amazonas, Wilson Lima, em mensagem repassada pela assessoria de Dias.

A decisão dos governadores foi de incluir nessa ampliação das doses os municípios do Pará na divisa com o Amazonas, a pedido de Helder Barbalho, governador do Estado.

"Concordo (com a proposta) e peço ajuda para incluir o Pará, estou no Oeste do Estado (área divisa), aqui a segunda onda chegou", escreveu Barbalho aos governadores.

Originalmente, cada Estado receberia um número de doses de acordo com sua população, como ocorreu no primeiro envio de vacinas pelo Ministério da Saúde na segunda-feira.

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia apontaram que o coronavírus circulante no Amazonas nesse momento é uma variação do vírus original e que pode ser mais contagioso que o inicial, o que poderia explicar a velocidade com que a segunda onda se espalhou pelo Estado.

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