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Governador do Ceará não descarta possibilidade de deixar o PT

Mesmo não confirmando a saída da legenda, o governador cearense já deu entrevistas onde elenca suas insatisfações com o PT

Camilo Santana: perguntado se vai realmente sair do PT, não diz que sim e nem que não. "Vamos aguardar", desconversa (Camilo Santana/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 21h29.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 21h29.

Fortaleza - O governador do Ceará , Camilo Santana, não descarta a possibilidade de deixar o PT neste ano. Ele já afirmou, diversas vezes, ter recebido convites de vários partidos. Nesta terça-feira, 10, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse, brincando, que Camilo tem um "jeitão de tucano".

Tasso e Camilo estiveram lado a lado, de manhã, na inauguração de uma unidade do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) no Shopping Iguatemi, em Fortaleza.

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Tasso, que é dono do shopping, estava presente como empresário, mas o evento acabou ganhando conotação política.

Durante a inauguração do Detran no Iguatemi, questionado se teria pensado em chamar o governador para o PSDB, Tasso Jereissati respondeu que Camilo tem uma missão, tem seu partido, e que seria "uma falta de cortesia" da parte dele (Tasso) fazer qualquer tipo de convite ao governador.

"Acho que não tem sentido. Agora, que ele (Camilo) tem um jeitão de tucano, isso ele tem", admitiu, sorrindo, o senador cearense.

Aliado ao grupo político dos ex-governadores Cid e Ciro Gomes (PDT), o mais provável é que Camilo Santana mude para um partido mais alinhado aos interesses de seus líderes, uma vez que Ciro tem procurado consolidar-se como candidato a presidente da República em 2018.

Camilo não esconde que tem recebido inúmeros convites para sair do PT. As propostas foram feitas, segundo o governador cearense, por legendas de correntes diversas: esquerda, centro e até de direita.

Perguntado se vai realmente sair do PT, não diz que sim e nem que não. "Vamos aguardar", desconversa.

Mesmo não confirmando a saída da legenda, o governador cearense já deu entrevistas a emissoras de rádio locais onde elenca suas insatisfações com o PT.

"Existem vários conflitos desde a minha campanha, quando não tive apoio de parte do partido, não tive apoio do próprio presidente Lula - que nem gravou para a minha eleição no Ceará. Não tenho nenhuma queixa em relação a isso, mas, agora mesmo, na eleição de Fortaleza, meu candidato foi o Roberto Cláudio (PDT), meu partido ficou contra, lançando outra candidatura", pontuou, recentemente.

Aproximação

Enquanto não toma posição acerca dos "convites", Camilo dá sinais de aproximação com os tucanos cearenses. Sondou Maia Júnior, aliado de Tasso Jereissati, para compor o governo, que está passando uma minirreforma no secretariado.

Tasso confirmou ter conversado com Maia Júnior sobre a sondagem. Fez questão de ressaltar que seria uma decisão pessoal e não política. "Essa decisão é dele. Eu não posso e nem devo interferir. No entanto, politicamente, partidariamente, isso não muda nada. O partido é uma coisa e uma decisão pessoal, profissional dele (Maia Júnior) é outra coisa", disse o senador.

Nesta terça-feira, Camilo Santana deu posse na Secretaria de Justiça do Estado a Socorro França, que já disputou a prefeitura de Fortaleza pelo PSDB. Mas o governador nega serem estes gestos de aproximação política com os tucanos cearenses.

"O importante é que todos, nesse momento de dificuldade, possam garantir uma visão republicana e trabalhar pelo Ceará. Em um momento de dificuldade na economia, difícil na política; num momento de seca, é importante que todos os cearenses se unam e trabalhem pelo no Estado", afirmou.

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