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Goldman considera inaceitável apoio de Alckmin a Doria

Os tucanos que apoiam Andrea Matarazzo nas prévias do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo foram pegos de surpresa pela movimentação do governador.


	O Governador Geraldo Alckmin
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Governador Geraldo Alckmin (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2016 às 16h30.

São Paulo - Os caciques tucanos que apoiam o vereador Andrea Matarazzo nas prévias que definirão o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo foram pegos de surpresa pela movimentação do governador Geraldo Alckmin. Até aqui, o governador vinha dando apoio de bastidor ao empresário João Doria, mas hoje, dia do primeiro turno de votações, Alckmin vai acompanhar o pupilo pessoalmente à urna.

Ao verem a iniciativa de Alckmin, o senador José Serra e o ex-governador Alberto Goldman decidiram ir pessoalmente à sessão de votação de Matarazzo, do diretório do Jardim Paulistano, na Assembleia Legislativa (Alesp). Nenhum dos dois vota no local, mas estiveram na sessão para acompanhar o vereador no dia de votação.

"Não estávamos prevendo isso, nós geralmente nos reunimos na casa de alguém e discutimos isso juntos", disse Goldman ao Broadcast Político, após comentar que soube pelos jornais da decisão de Alckmin de acompanhar Doria. O ex-governador reclamou da articulação. "Isso é mais que um apoio formal, porque toda a estrutura do governo (estadual) está mobilizada pra isso. De quem é o governo? De uma pessoa só ou do partido, de milhares de militantes? Como é aceitável isso?", questionou.

"Agora vejo que esse governo que eu ajudei a construir se mobiliza numa disputa interna contra mim. Estamos discutindo propostas para 12 milhões de habitantes em São Paulo. Misturar isso com disputa presidencial agora é um desserviço ao partido e à cidade", prosseguiu Goldman. A disputa paulistana acabou antecipando a disputa nacional do PSDB para 2018, que envolve Alckmin, Serra e o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG). Na disputa, o deputado federal e também candidato Ricardo Tripoli teria a simpatia de alguns aliados do senador mineiro.

José Serra, que chegou pouco depois à Alesp, se incomodou com as declarações de Goldman. O senador chamou o ex-governador de canto para saber o que havia dito a jornalistas. Questionado, Serra minimizou o desentendimento. Disse que estava decidido "há vários dias" que eles viriam prestar um apoio público a Matarazzo.

Entre eles, os caciques do partido também reclamavam de supostas compras de militantes por João Doria. "Pagaram 100 reais pra militante", comentaram em uma roda de conversa próxima ao local de votação.

Há relatos de uso de cavaletes com propaganda da campanha de Doria próximos a locais de votação. A prática estaria sendo usada no local de votação do diretório da Saúde, além do local do diretório de Perdizes.

"Não é nem questão eleitoral, isso desrespeita a lei municipal da cidade limpa", reclamou Goldman, em referência à lei que regulamenta material de propaganda em vias públicas na cidade.

Matarazzo

Matarazzo foi um dos primeiros a chegar para a votação na Alesp. Chegou apenas depois da professora Gilda Portugal Gouveia, que foi a primeira a votar na seção. Assim como Serra, o vereador também minimizou o clima acirrado de disputa interna nas prévias tucanas.

"Pra quem é do partido e tem militância, sabe e tem certeza de que acabando a eleição, o partido vai estar junto", afirmou. "Não tem nada a ver. É querer adicionar componente político que, no caso, não existe. O que o prefeito de São Paulo faz na decisão de quem vai ser candidato nacional?", questionou ao comentar a questão da nacionalização da disputa.

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