Dilma e Gleisi: hoje senadora, paranaense foi ministra no governo Dilma (ABr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de março de 2017 às 13h42.
Brasília - A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ré em ação penal no Supremo Tribunal Federal, acusada de solicitar e receber R$ 1 milhão em um esquema de corrupção na Petrobras para a campanha ao Senado em 2010, incluiu como testemunha de defesa a ex-presidente Dilma Rousseff e a ex-presidente da Petrobras Graça Foster.
Gleisi, que foi ministra da Casa Civil entre 2011 e 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, convocou também como testemunhas Beto Vasconcelos, que foi secretário-Executivo da Casa Civil, e Ivo da Motta Azevedo Corrêa, que foi subchefe de Assuntos Jurídicos da pasta enquanto ela era ministra.
Ela também arrolou como testemunhas de defesa José Augusto Zaniratti, coordenador geral da campanha dela em 2010, Ronaldo Balthazar, tesoureiro da campanha. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) também foi listado.
Também são réus junto com Gleisi o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Paulo Bernardo - marido dela - e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues. A ação penal foi aberta depois que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2016, recebeu denúncia do procurador-geral da República contra os três.
No documento em que requer a intimação das testemunhas, a defesa de Gleisi Hoffmann também reitera "todas as razões de fato e de direito demonstradas em sua defesa preliminar".
O advogado Rodrigo Mudrovitsch destaca também que há "insubsistência formal e material da acusação, seja porque a denúncia é patentemente inepta e carece de justa causa para a sua deflagração, seja porque as imputações nela irrogadas revelam-se de todo improcedente".
A acusação contra os três réus tem base nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Eles revelaram que, em 2010, R$ 1 milhão do esquema de propinas da Petrobras foi destinado à campanha eleitoral da petista ao Senado.
Conta na denúncia que Paulo Roberto disse ter sido procurado em 2010 pelo então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que lhe teria solicitado R$ 1 milhão para a campanha da esposa ao Senado. O doleiro Alberto Youssef e o empresário Ernesto Kugler teriam operacionalizado o repasse. As defesas negam as acusações.
Gleisi é uma dos cinco parlamentares em exercício que estão na condição de réus na Lava Jato. Ao lado dela estão o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Vander Loubet (PT-MS), que teve aceita na terça denúncia.